CUIDADOS OBSTÉTRICOS À GESTAÇÃO COMPLICADA POR DIABETES MELLITUS GESTACIONAL E HIV: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Publicado em 18/04/2023 - ISBN: 978-85-5722-708-8

Título do Trabalho
CUIDADOS OBSTÉTRICOS À GESTAÇÃO COMPLICADA POR DIABETES MELLITUS GESTACIONAL E HIV: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Autores
  • Kalinda Juliana Da Silva Silva
  • Elian Coimbra Fontinelli Tavares
  • Douglas do Nascimento Galvão
  • Melissa Barbosa Martins
Modalidade
2. Resumo Expandido
Área temática
Enfermagem Obstétrica e Neonatal fazendo a diferença no cenário nacional e amazônico, experiências exitosas na assistência ao parto, nascimento.
Data de Publicação
18/04/2023
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/i-congresso-regional-de-enfermagem-obstetrica-e-neonatal-276973/603153-cuidados-obstetricos-a-gestacao-complicada-por-diabetes-mellitus-gestacional-e-hiv--um-relato-de-experiencia
ISBN
978-85-5722-708-8
Palavras-Chave
Enfermagem Obstétrica, Diabetes Gestacional.
Resumo
Introdução: A diabetes mellitus gestacional (DMG) é definida como qualquer grau de intolerância à glicose que se manifesta durante a gestação. Está associada a diversas complicações obstétricas, perinatais e possibilita maior risco de malformações fetais. Os fatores de risco mais relevantes para o desenvolvimento da DMG são: idade materna avançada — devido a diminuição na reserva de células beta pancreáticas conforme a idade —, ganho excessivo de peso na gravidez, histórico familiar de diabetes em parentes de primeiro grau e abortamento de repetição. Ademais, a macrossomia fetal é a principal complicação da DMG, sendo caracterizada como peso ao nascimento superior a 4.000g, pois aumenta o risco de lacerações perineais e parto distócico, sendo necessária, muitas vezes, a realização de cesariana.2,3 Bem como a DMG, a gestante pode apresentar o vírus da imunodeficiência humana (HIV), o qual é responsável pela deterioração do sistema imunológico, podendo acarretar no surgimento de infecções oportunistas e outros agravos. Desse modo, deve-se realizar intervenções durante o pré-natal, parto e a lactação, que reduzem o risco de transmissão vertical (TV) do HIV a menos de 2%. No entanto, sem adequado planejamento e seguimento, está bem estabelecido que esse risco é de 15% a 45%.4 Assim, a importância de realizar corretamente o pré-natal e rastreamento dessas patologias para poder evitar complicações neonatais, tais como: aumento de partos cesáreos, policitemia, icterícia, hipoglicemia, aumento do risco de malformação congênita, TV de HIV e dentre outras afecções.¹Objetivo: Relatar a experiência de discentes de enfermagem durante o atendimento à uma gestante, diagnosticada com DMG e portadora do vírus da imunodeficiência humana (HIV) e suas possíveis complicações geradas durante o ciclo gravídico da mulher, a partir disso, realizar a implementação do cuidado de enfermagem e sugerir condutas de enfermagem frente ao ciclo gravídico-puerperal. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência da atividade curricular de Enfermagem Obstetrícia, Ginecologia e Neonatal, de uma Universidade de Ensino Superior (IES). O relato foi desenvolvido por acadêmicos de enfermagem, sob a supervisão de uma enfermeira, a qual era professora da IES, a partir da vivência em um hospital de referência, durante o mês de abril de 2022. Concomitantemente, foi utilizado o Processo de Enfermagem (PE), coletando-se dados por meio da anamnese. Nesse sentido, foram registradas as informações sobre a queixa atual, motivos da internação, antecedentes pessoais, cirúrgicos, ginecológicos, obstétricos, e também aspectos da gestação atual. Além disso, foi aplicado o NANDA para estabelecer o diagnóstico, o NIC para elaborar as intervenções e o NOC para determinar os resultados esperados. Resultados: Seguindo a primeira etapa do PE, o Histórico de Enfermagem, foram obtidos os seguintes dados: paciente, consciente e orientada, apresentando idade gestacional de trinta e duas semanas e quatro dias, tempo de internação de seis dias; impressão diagnóstica: de infecção no trato urinário na gravidez e posteriormente por hipoglicemia persistente, permanecendo no hospital por difícil controle dos níveis glicêmicos. Queixas principais: dor na região lombar que irradiava para a região pélvica, dor em baixo ventre e contrações uterinas no turno da noite e manhã. Medicações em uso: buscopan, tramal e glifage. Antecedentes pessoais: HIV — com carga viral (CV) indetectável devido ao tratamento antirretroviral —, fibromialgia e nesidioblastose. As antecedentes clínicas: apendicectomia; amigdalectomia; cisto pilonidal e duas pancreatectomia. Antecedentes ginecológicos: Menarca aos dez (10) anos, coitarca aos dezesseis (16) anos. Após pancreatectomia, refere ter suspendido o uso de método oral contraceptivo por conta própria. E antacedentes obstétricas: estava em sua segunda gestação e ocorreu aborto dois meses antes da 2° gestação, teve DMG e referiu anemia em gestação anterior. Gestação atual: G2P0A1, Gravidez planejada e aceita. Para as necessidades humanas básicas, foram pesquisadas as seguintes informações: possuía tolerância à dieta via oral, diurese e evacuação presente e espontânea, fezes endurecidas, sono e repouso prejudicados devido a contrações frequentes. Nos sinais vitais:: estava normotensa, com cento e dez por oitenta milímetros de mercúrio (110/80 mmHg), taquicárdica com cento e quarenta (140) batimentos por minuto (BPM), normotérmica, com trinta e seis, e três graus celsius (36,3°C), e eupneica, com vinte (20) respirações por minuto. Ao exame obstétrico: o feto em estava situação longitudinal, apresentação cefálica, dorso à direita, os batimentos cardíacos fetais estavam audíveis ao sonar doppler e com cento e cinquenta (150) batimentos cardíacos fetais, movimentos fetais presentes, segundo relato da gestante, e possuía edema em ambos os membros inferiores (++/++++). Averiguando os sinais vitais, a paciente apresentou sinais de sepse baseado na Escala de Meows, gerando a pontuação quatro (4), sendo assim, possui médio risco de complicações clínicas, dessa forma, as condutas frente a pontuação que devem ser realizadas pela equipe de enfermagem são: informar urgentemente a equipe médica obstétrica para avaliar o paciente; avaliar a vai área, respiração e circulação; realizar decúbito lateral esquerdo na gestante, maior frequência de observação, satisfação de oxigênio, análise de urina e monitoramento fetal, avaliar a transferência de UTI. Diagnósticos de Enfermagem: Risco de binômio mãe-feto perturbado, relacionado à sorotipagem positiva do HIV, evidenciado pela incapacidade de amamentar. Dor aguda relacionada a agentes biológicos evidenciada por verbalização e distúrbios do sono; Volume de líquidos excessivo relacionado a mecanismo de regulação comprometido evidenciado por edema nos membros inferiores.4 Intervenções de Enfermagem realizadas: Apoiar o pai/mãe ao acariciar e oferecer cuidados manuais ao bebê, demonstrar confiança na capacidade da mãe para cuidar do recém-nascido, colocar o bebê sobre o corpo da mãe imediatamente após o nascimento, encorajar a mãe a segurar, tocar e examinar o bebê enquanto o cordão umbilical está sendo cortado; Administrar medicamentos ou medidas não farmacológicas para alívio da dor; Orientar a elevação intermitente dos membros inferiores; Controlar e monitorizar líquidos, devido a presença de edemas nos membros inferiores; Orientar o uso de meias de compressão elásticas.5 Como Resultados Esperados: Mãe cria vínculo com o bebê; ações implementadas para o alívio da dor e proporcionar conforto; diminuição dos edemas nos membros inferiores. Em concordância com pontos supracitados, os cuidados obstétricos pré-natais sobre o quadro de DMG, envolvem atenção ao crescimento fetal excessivo, oxigenação intrauterina e avaliação do bem estar fetal. Tendo esse pontos em mente e devido ao estado glicêmico de difícil controle, deveria ser realizado o perfil biofísíco fetal que avalia por meio da ultrassonafria os movimentos repiratórios fetais, o tonûs e os movimento fetais, além do volume do líquido amniótico, bem como a quantidade de líquido amniótico, associados a avaliação da frequência cardiaca fetal pela cardiotocografia, com frequência de uma ou duas vezes por semana.1,2 Os cuidados durante o parto: as medidas para o parto dependem do risco adjacente da DMG e com o tratamento estabelecido. No caso da paciente deste estudo, em que está sendo realizado o tratamento farmacológico e possui boa vitalidade fetal, de acordo com as recomendações4 o parto deve acontecer entre trinta e nove semanas do primeiro ao sétimo dia da semana. Além disso, deve ser orientada a ir à uma unidade básica para as consultas do puerpério e a realizar o teste glicêmico depois de seis a oito semanas, pelo risco aumentado para diabetes mellitus tipo dois.1,4 Já o manejo obstétrico para o HIV: Deve-se estabelecer medidas para prevenção da hiperemese gravídica e corioamniorrexe prematura, os quais se configuram como situações de alto risco para a binômio mãe-bebê. A via de parto recomenda para gestantes com CV desconhecida ou maior que 1.000 cópias/mL devem na trigésima quarta semana de gestação, ter o bebê por meio da cesárea com trinta e oito semanas, pois reduz o risco de transmissão vertical (TV).4 No caso desta paciente que possui CV indetectável, e possui boa adesão ao tratamento, a via de parto é vaginal. Com isso, devem ser estabelecidos cuidados específicos durante a realização do parto vaginal, como: evitar o uso de procedimentos invasivos; de parto instrumentalizado; de toques vaginais desnecessários durante o trabalho de parto; e de episiotomia; a ligadura do cordão deve ser feita logo após a expulsão do feto; nunca deve-se ordenhar o cordão umbilical.4 As ações propostas ao cuidados da paciente durante o pós parto e puerpério devem incluir: Prevenção de hemorragia pós parto, e a amamentação deve ser suspendida devido ao risco de TV, a mãe deve ser bem orientada sobre essa medida para evitar o aleitamento materno. Já a criança exposta, possui o direito de receber a fórmula láctea infantil até os seis meses de vida.4 Conclusão: Logo, foi possível observar aspectos fisiológicos e patológicos e relacioná-los com o contexto e problemas que a paciente enfrenta durante o percurso da gestação, destacando-se o DMG. Assim, facilitando o aprendizado e desenvolvendo habilidades pertinentes para o cuidado em enfermagem, tendo em mente que fatores clínicos, psicológicos, sociais são igualmente importantes para um bom prognóstico e parto sem distócias. Retificando quanto o trabalho da equipe de enfermagem é primordial para a redução de riscos no ciclo gravídico da mãe e para que haja uma gestação plena. Contribuições e/ou implicações para a enfermagem obstétrica: O presente trabalho aborda uma situação recorrente na área obstétrica, pois associa patologias que podem surgir durante a gestação e ocasionalmente trazer riscos para o binômio mãe-bebê. Dessa forma, instigando a criticidade dos leitores para reflexão de tomada de decisão diante do caso, e quais meios e protocolos seguir. Ademais, legitima a importância do acompanhamento intra hospitalar com a equipe de enfermagem, para que assim, possam elaborar intervenções direcionadas ao DMG e HIV em gestantes internadas, devido às complicações, para a prevenção de demais agravos à saúde materna e fetal.
Título do Evento
I CONGRESSO REGIONAL DE ENFERMAGEM OBSTÉTRICA E NEONATAL
Cidade do Evento
Belém
Título dos Anais do Evento
Anais do Congresso Regional de Enfermagem Obstétrica e Neonatal
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SILVA, Kalinda Juliana Da et al.. CUIDADOS OBSTÉTRICOS À GESTAÇÃO COMPLICADA POR DIABETES MELLITUS GESTACIONAL E HIV: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.. In: Anais do Congresso Regional de Enfermagem Obstétrica e Neonatal. Anais...Belém(PA) ICJ - UFPA, 2023. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/i-congresso-regional-de-enfermagem-obstetrica-e-neonatal-276973/603153-CUIDADOS-OBSTETRICOS-A-GESTACAO-COMPLICADA-POR-DIABETES-MELLITUS-GESTACIONAL-E-HIV--UM-RELATO-DE-EXPERIENCIA. Acesso em: 23/06/2025

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