A REPRESENTATIVIDADE EM RUPAUL’S DRAG RACE: A SEGREGAÇÃO DA PESSOA TRANS DENTRO DA CULTURA LGBTQ

Publicado em 19/12/2018 - ISBN: 978-85-5722-166-6

Título do Trabalho
A REPRESENTATIVIDADE EM RUPAUL’S DRAG RACE: A SEGREGAÇÃO DA PESSOA TRANS DENTRO DA CULTURA LGBTQ
Autores
  • Lucas Santos Rosa
Modalidade
Cronograma e Instruções de Apresentação
Área temática
GT5: Diversidades, Desigualdades e Direitos Humanos
Data de Publicação
19/12/2018
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/humanitaspucprdh/122194-a-representatividade-em-rupauls-drag-race--a-segregacao-da-pessoa-trans-dentro-da-cultura-lgbtq
ISBN
978-85-5722-166-6
Palavras-Chave
LGBTQ, Transfobia, Representatividade.
Resumo
O artigo tem como tema a representatividade da pessoa trans dentro do talent show Rupaul's Drag Race, assim como sua segregação dentro do programa e na comunidade LGBTQ. Se utilizou o programa como um objeto de estudo para realizar uma análise sobre a transfobia dentro da comunidade LGBTQ fazendo uso de entrevistas e depoimentos de ex-participantes que afirmaram que não participariam novamente do talent show, e do próprio apresentador que em uma entrevista dada para o The Guardian afirmou que não aceitariam uma pessoa transexual em processo de transição para participar do programa pois ela teria uma vantagem diante das demais competidoras. A escolha do programa para objeto de estudo e análise se deu por conta da notoriedade que o mesmo possui e seu espaço no cenário cultural e na mídia como um todo, sendo atualmente uma das - senão a maior - representação da cultura drag na televisão. A intenção do artigo é utilizar as entrevistas de ex-participantes e uni-las ao conceito de igualdade de direito e segurança dentro de uma comunidade que, em teoria, deveria aceitá-lo. Para isso, a pesquisa irá se amparar na definição de Hannah Arendt sobre tornar-se membro de um grupo em busca de uma reciprocidade. Além desta análise, também será realizada a comparação de Norbert Elias e John L. Scotson com a questão dos estabelecidos e os outsiders, utilizando a comunidade LGBTQ como escopo em que a pessoa trans se torna um outsider devido ao preconceito que sofre e aos inúmeros tabus aos quais ela está ligada, especialmente a partir do momento em que começa a realizar a transição. Para auxílio do que se define como drag e sua identidade alguns artigos serão utilizados como apoio para fundamentar o termo e o que representa, acarretando também na análise de um estereótipo do que é ser drag do qual a própria comunidade acadêmica perpetua na questão da binaridade de gênero, onde se supõe que um homem cisgênero é o modelo digno para realizar a arte drag. Esta questão será brevemente elucidada com o auxílio da definição de Jaqueline Gomes de Jesus sobre identidade de gênero. Para a análise das fontes serão utilizadas entrevistas oficiais de jornais eletrônicos e uma live realizada por uma das ex-participantes que foi gravada e disponibilizada no YouTube. As análises servirão para encontrar algum tom de segregação ou inferiorização da pessoa trans dentro do programa, servindo desta maneira para fundamentar a argumentação principal do artigo. Após a análise metodológica das fontes e relação com artigos e teóricos, chega-se a conclusão de que há um preconceito velado no programa que acarreta na dissolução da ideia de um espaço seguro para a comunidade LGBTQ, tornando-o dominado apenas pelo espaço do homem homossexual cisgênero e retirando o direito a representatividade e participação dos indivíduos que completam a sigla do grupo. Isso chega a ser irônico uma vez que realizar a arte drag não devia ser algo do direto de um único gênero e para apenas algumas pessoas selecionadas a dedo. Retomando a questão do preconceito para a questão da comunidade LGBTQ utilizando Rupaul's Drag Race como fonte e objeto de estudo, o que se torna notável é a condenação do que se estabelece como diferente, ou outsider, dentro da própria comunidade, estabelecendo assim um senso hierárquico e acabando com a união e coexistência que se espera num grupo do qual a igualdade e união teoricamente seriam alguns de seus princípios, uma vez que se vive numa sociedade que ainda condena esta mesma comunidade. Portanto, a segregação e a transfobia se fazem presentes no talent show não como um caso isolado, mas como um reflexo da própria comunidade LGBTQ que ainda discrimina alguns dos membros de seu próprio grupo.
Título do Evento
Congresso Humanitas | Direitos Humanos
Cidade do Evento
Curitiba
Título dos Anais do Evento
III Congresso Internacional de Direitos Humanos e Políticas Públicas: Democracias, desigualdades e lutas sociais
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

ROSA, Lucas Santos. A REPRESENTATIVIDADE EM RUPAUL’S DRAG RACE: A SEGREGAÇÃO DA PESSOA TRANS DENTRO DA CULTURA LGBTQ.. In: III Congresso Internacional de Direitos Humanos e Políticas Públicas: Democracias, desigualdades e lutas sociais. Anais...Curitiba(PR) PUCPR, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/humanitaspucprdh/122194-A-REPRESENTATIVIDADE-EM-RUPAULS-DRAG-RACE--A-SEGREGACAO-DA-PESSOA-TRANS-DENTRO-DA-CULTURA-LGBTQ. Acesso em: 03/05/2025

Trabalho

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