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Com periodicidade bienal, o Encontro Nacional de Ensino de Química (ENEQ) é evento criado e organizado pela comunidade de educadores químicos do Brasil, teve a sua primeira edição realizada em 1982, na Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), o pioneiro de, até o momento, vinte edições, que o consolida como o maior e mais especial momento encontro e debates sobre Ensino de Química do Brasil e do mundo. Por muitos anos o ENEQ teve o apoio da Divisão de Ensino da Sociedade Brasileira de Química (SBQ), e a partir da sua vigésima edição, passa a ser realizado pela Sociedade Brasileira de Ensino de Química (SBenQ).

Uma das coisas mais interessantes do ENEQ é a compreensão de que um evento nacional deve incorporar todas as regiões do nosso país. Estamos sempre rodando as regiões com o ENEQ. Estivemos em Brasília (2010), Salvador (2012), Ouro Preto (2014), Florianópolis (2016) e Rio Branco (2018). E chegou a hora de retornar a região com a maior quantidade de estados.

O ENEQ voltou a Recife, 19 anos depois da última edição em solo pernambucano. Não da forma que queríamos, devido a pandemia da COVID-19. Mas mesmo diante da impossibilidade de conhecer as maravilhas da Veneza Brasileira e de curtir os pontos históricos, turísticos e culturais da Manguetown, conseguimos nos reunir em um evento marcado por brilhantes palestres, instigantes debates, a partir dos temas e das experiências da licenciatura em foto, maravilhosos minicursos e apresentação de trabalhos que demonstram a evolução e maturidade da área de Ensino de Química em território brasileiro.

O ENEQ Pernambuco, como apelidamos a 20ª edição do evento, pela organização conjunta entre a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com o apoio das demais instituições de ensino do estado, foi o primeiro em muitas coisas. O primeiro ENEQ como realização atrelada a SBEnQ. O primeiro ENEQ inteiramente virtual. O primeiro ENEQ a ocorrer em ano ímpar. O primeiro ENEQ em que as conversas de corredores não foram o ponto alto do encontro. E entre pontos positivos e negativos dessa multiplicidade de pioneirismos, tivemos um evento que não deixou a desejar quando comparado com outros encontros, ocorridos entre 1982 e 2018. Estamos na rica e bonita história dos ENEQs, que ainda tem muitos capítulos a serem escritos.

Com o tema “Para que o Ensino de Química? – Reflexões sobre as pesquisa e ações da área no século XXI”, buscamos discutir as especificidades da pesquisa em Ensino de Química e da atividade docente, a partir de atividades e apresentação de trabalhos nas linhas temáticas que suportam o ENEQ, a saber: ensino e aprendizagem; formação de professores; materiais didáticos; linguagem e cognição; experimentação no ensino; história, filosofia e sociologia da ciência; educação em espaços não-formais e divulgação científica; tecnologias da informação e comunicação; educação ambiental; abordagem ciência, tecnologia e sociedade; currículo e avaliação; e diversidade e inclusão.

Recebemos mais de 800 trabalhos, que foram avaliados por uma comissão científica atuante e dedicada, a qual agradecemos imensamente. Os trabalhos, em formato completo e resumo simples, são parte integrante de um conjunto de pesquisas desenvolvidas pelos diversos e atuantes grupos espalhados por todo o Brasil e demonstram a competência e enorme potencial de nossa área para discutir aspectos relacionados ao Ensino de Química e a educação de forma ampla e significativa.

Esperamos que o material publicado nos anais do 20º Encontro Nacional de Ensino de Química se constitua como uma fonte de consulta e direcione novas pesquisas, para fortalecer ainda mais a nossa área, buscando uma reflexão constante sobre ensinar Química, um fortalecimento das ações de interiorização e internacionalização da nossa produção e, principalmente, evidenciar o excelente nível do trabalho que a nossa comunidade desenvolve, em todos os cantos do Brasil.

José Euzebio Simões Neto

Presidente da Comissão Organizadora

ENEQ Pernambuco