PERSPECTIVAS HISTÓRICAS SOBRE A SEGREGAÇÃO DAS MULHERES NA MATEMÁTICA

Publicado em 17/01/2025 - ISBN: 978-65-272-1121-1

Título do Trabalho
PERSPECTIVAS HISTÓRICAS SOBRE A SEGREGAÇÃO DAS MULHERES NA MATEMÁTICA
Autores
  • Thainá Araujo Bonfim
Modalidade
Resumo
Área temática
Estudos de Gênero e Sexualidades em Educação Matemática
Data de Publicação
17/01/2025
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/e2gsem/849726-perspectivas-historicas-sobre-a-segregacao-das-mulheres-na-matematica
ISBN
978-65-272-1121-1
Palavras-Chave
História da educação matemática, gênero, educação matemática,
Resumo
Partindo da hipótese de que a matemática foi utilizada como um instrumento de diferenciação de gênero, busca-se nesta discussão teórica esboçar um panorama histórico da trajetória educacional feminina nesta disciplina, bem como suas relações com os papéis socialmente designados às mulheres. Com o intuito de explorar as origens dos estereótipos de gênero que, frequentemente, persistem na contemporaneidade, sugerindo que as meninas/mulheres têm maiores dificuldades e/ou são inferiores aos homens nas ciências exatas. A lei de 15/10/1827, sancionou a criação das escolas de primeiras letras, segregadas por gênero. Nesta lei lê-se que era facultado a abertura de escolas para meninas apenas nas cidades e vilas mais populosas, de tal modo que a grande maioria não tinha acesso à educação. Além disso, ela estabelece currículos distintos para meninas e meninos. No ensino de matemática as meninas eram restritas às quatro operações aritméticas básicas: soma, subtração, multiplicação e divisão, com acréscimo de conhecimentos relacionados a prendas domésticas. Em contrapartida, de acordo com Castanha (2013), o currículo das escolas masculinas era expandido para incluir a prática dos quebrados (frações), decimais, proporções e das noções mais gerais de geometria prática. Distinção que refletia a concepção de que as mulheres não necessitavam de uma educação tão abrangente quanto os homens, pois eram relegadas ao ambiente doméstico e a responsabilidades familiares. Nesse sentido, esta diferenciação no ensino evidencia como as concepções do papel feminino na sociedade estão intrinsecamente ligadas à educação oferecida, de tal modo que as distinções entre os gêneros que perpassam a educação perduram nas décadas seguintes, com as mulheres sendo predominantemente associadas ao âmbito doméstico. Livros didáticos do final do século XIX como o escrito por Antonio Trajano, em 1885, “Arithmetica Primaria”, orientado a meninas e meninos, exclui as meninas nos enunciados, exercícios e ilustrações a partir da subtração. Demonstrando ainda uma divisão em relação ao que se acreditava ser necessário ao ensino das meninas de forma sutil, já que o material era supostamente orientado a ambos os gêneros. Já a obra didática escrita em 1900, pelas professoras do Collegio São José, “Arithmetica Elementar Prática”, explicita ainda mais essa concepção ao trazer em sua introdução a seguinte passagem “[...] este livrinho é destinado ao uso de meninas; por isso limitamo-nos ao mais necessario para a vida praticaa, deixando ao arbitrio das professoras uma explicação mais ou menos especial das poucas regras, dadas” (PROFESSORAS DO COLLEGIO SÃO JOSÉ, 1900, p. 3). No século XX, esses estereótipos ainda persistem. Uma professora, mesmo afirmando igualdade de gênero, segrega meninas e meninos durante suas aulas de matemática, demonstrando, de forma inconsciente, a internalização da ideia de que os meninos possuem mais facilidade em matemática que as meninas (CAVALCANTI, 2019). Expressões discriminatórias, "Deveria voltar para a cozinha", revelam estereótipos profundamente enraizados em uma cultura machista, que desencoraja a participação feminina nas ciências exatas e subestima as capacidades das mulheres em áreas consideradas tradicionalmente masculinas. Revelando não apenas a exclusão sistemática das mulheres de oportunidades educacionais, mas também a persistência de uma cultura que desvaloriza suas habilidades.
Título do Evento
Escola de Estudos de Gênero e Sexualidades em Educação Matemática - E²GSEM - 1ª Edição
Título dos Anais do Evento
Anais da Escola de Estudos de Gênero e Sexualidades em Educação Matemática
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

BONFIM, Thainá Araujo. PERSPECTIVAS HISTÓRICAS SOBRE A SEGREGAÇÃO DAS MULHERES NA MATEMÁTICA.. In: Anais da Escola de Estudos de Gênero e Sexualidades em Educação Matemática. Anais...Rio de Janeiro(RJ) Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), 2024. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/e2gsem/849726-PERSPECTIVAS-HISTORICAS-SOBRE-A-SEGREGACAO-DAS-MULHERES-NA-MATEMATICA. Acesso em: 17/07/2025

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