UM NOVO OLHAR DO OSCE - RELATO DE EXPERIÊNCIA DO MONITOR DE SIMULAÇÃO CLÍNICA NA ESTAÇÃO DE SAÚDE MENTAL NA UNIVERSIDADE XXX

Maria Cecília Bogado; CESAR ALEXSANDRO ARBIGAUS; Ana Carolina Buhrer Ferreira; Gabrielle Corrêa De Andrade; Lucca Weffort Caprilhone; Cristina T.Okamoto

Título do Trabalho

UM NOVO OLHAR DO OSCE - RELATO DE EXPERIÊNCIA DO MONITOR DE SIMULAÇÃO CLÍNICA NA ESTAÇÃO DE SAÚDE MENTAL NA UNIVERSIDADE XXX

Autores

Maria Cecília Bogado
CESAR ALEXSANDRO ARBIGAUS
Ana Carolina Buhrer Ferreira
Gabrielle Corrêa De Andrade
Lucca Weffort Caprilhone
Cristina T.Okamoto

Modalidade

Relatos de Caso e Relatos de Experiência

Área temática

HORA CIENTÍFICA

Data de Publicação

23/12/2021

País da Publicação

Brasil

Idioma da Publicação

Português

Página do Trabalho

https://www.even3.com.br/anais/caemed2021/440398-um-novo-olhar-do-osce---relato-de-experiencia-do-monitor-de-simulacao-clinica-na-estacao-de-saude-mental-na-unive

ISBN

978-65-5941-500-7

Palavras-Chave

Educação Médica, Relato de Experiência, Avaliação Educacional - Métodos, Saúde Mental

Resumo

Introdução O Exame Clínico Objetivo Estruturado (OSCE) foi criado para identificar e solucionar lacunas de conhecimento relativas às competências clínicas dos alunos.(1) Essa ferramenta simula a realidade médica, avaliando tarefas específicas (anamnese, exame físico, comunicação com paciente, etc). Os alunos pontuam pela sua habilidade de relação e desenvolvimento de raciocínio clínico, familiarizando e aproximando os estudantes do atendimento médico.(2) Na Universidade XX, o OSCE conta com monitoria de simulação clínica, na qual acadêmicos treinam habilidades teatrais, interpretam pacientes e auxiliam na logística. Consequentemente, o OSCE proporciona três olhares clínicos: do professor, do aluno e do monitor. Como professor, fornece vistoria e feedback dos conhecimentos estudantis, possibilitando correção de deficiências.(4) Como aluno, compara a compreensão teórica com ação prática, resgatando seu aprendizado e apurando suas habilidades para atender pacientes reais.(2) Já como monitor, possibilita complementar sua formação acadêmica, distanciando-se da percepção técnica e assumindo papel de leigo, aperfeiçoando sua capacidade empática de acolhimento.(5) Nesse relato, buscou-se o terceiro olhar, descrito com menos frequência na literatura, mas essencial na construção de médicos integrativos. Objetivos • Relatar a experiência do monitor no OSCE na graduação de medicina. • Mostrar os benefícios da monitoria de simulação clínica na aprendizagem médica. Relato de Experiência PREPARAÇÃO DO OSCE: Esse OSCE abordou automutilação e suicídio, avaliando habilidades de atendimento clínico em saúde mental e comportamentos de autoagressão. O cenário era uma unidade básica de saúde, o aluno avaliado recebeu um papel com instruções (Figura 1). A proposta era conduzir a consulta avaliando condutas a serem tomadas. O monitor recebeu uma descrição do caso para interpretar uma menina de 16 anos, que entrava sozinha na consulta e mostrava resistência em abrir-se com o aluno avaliado. Após insistência e somente com a garantia do sigilo, o paciente revelava os cortes, feitos de maquiagem, e contava que estava se mutilando. (Figura 2) Já o avaliador recebeu instruções com itens a serem cumpridos pelo aluno, para dar uma nota final e debriefing (Figuras 3 e 4). PREPARAÇÃO DOS MONITORES: A preparação ocorreu em duas etapas: embasamento para atuação (aulas de teatro) e construção do personagem, objetivando simulações mais fidedignas. Na estação de Saúde Mental, a construção foi por resgate de vivências dos atores, de figurino e mimetização de comportamento, seguindo instruções fornecidas (Figura 2). SENTIMENTO DO MONITOR EM RELAÇÃO ÀS CONDUTAS DOS ALUNOS: Nas reações dos avaliados houve um padrão, afirmando sigilo médico e passando confiança. Ao revelar os cortes, as reações variaram de surpresa a pena, sem julgamento ou culpabilização, todos demonstrando preocupação e acolhimento. Assim, aos olhos do monitor, vivenciar o atendimento dos alunos possibilitou buscar algo mais profundo além da interpretação, pois vivenciou o acolhimento e empatia do médico. Ao sentir-se cuidado, o monitor compreende a importância de cuidar, resgatando sentimentos e experiências próximas, intensificando sua conexão com o personagem. Por aproximar-se da singularidade de cada paciente e suas vivências, a simulação abre portas à empatia, enriquecendo a experiência acadêmica. Reflexão/Discussão Entre as habilidades desenvolvidas no OSCE, a comunicação é fundamental. É possível categorizar as habilidades de comunicação em: habilidades de conteúdo, processo e percepção(6, 7, 8) . As habilidades de percepção constituem aspectos interpessoais da interação clínica e relacionam-se com o OSCE na medida que, partindo de aprendizados em Problem-Based Learning (PBL), é possível explorar o ponto de vista de todos os personagens envolvidos(9). Na posição de médico, o acadêmico dificilmente teria vivência do paciente, proporcionando um novo olhar à relação médico-paciente. Dessa forma, a monitoria, como atividade de dramatização, pode potencializar empatia, colocando monitores na situação do paciente.(10) Ao longo da graduação, é observada uma tendência ao declínio da empatia(11) Por isso, métodos práticos tornam-se essenciais para mudar a mentalidade do médico e, consequentemente, aumentar a satisfação do paciente, a aderência à terapia e reduzir índice de negligência médica.(12) Conclusão Em suma, o OSCE, além de fundamental para avaliar lacunas nas habilidades dos alunos(2, 5), permite que todos os envolvidos (médico, aluno avaliado e monitor) desenvolvam conhecimentos essenciais, destacando-se comunicação e empatia. Este relato buscou privilegiar o olhar do monitor de simulação clínica no OSCE na Universidade XX, sendo essa uma ferramenta intensificadora da relação médico-paciente e do eixo ensino-aprendizagem(5), não somente na medicina tradicional e alopática, mas também na qualidade de atendimento e receptividade. A monitoria possibilita sair do nicho técnico, assumindo o papel do paciente e entendendo sua vivência. Participar da formação de outros discentes torna a simulação fidedigna, fortalecendo suas habilidades e empatia.(5) Consequentemente, essa experiência engrandece a vivência acadêmica, auxiliando na formação de médicos integrativos, capazes de proporcionar acolhimento. Referências Bibliográficas em padrão Vancouver 1. Madalena F. P., Miguel J., Filipa F., António V. C. Is the OSCE a feasible tool to assess competencies in undergraduate medical education?. Medical Teacher. 2013; 35(6):503-514. 2. Gustavo de A. L., Cláudia de O. L. C., Eliane C. G. P., Graziela A. P. G., Adrieli de P. N., Ligia T. O. et al. O OSCE na avaliação clínica odontológica: relato de experiência com estudantes de graduação. Revista da ABENO. 2018; 18(1):15-24. 3. Brazeau C, Boyd L, Crosson J. Changing an existing OSCE to a teaching tool: the making of a teaching OSCE. Acad Med. 2002; 77(9): 932. 4. Antonio M. R. M. et al. USO DO OSCE COMO COMO ESTRATÉGIA TECNOLÓGICA PARA A APRENDIZAGEM EM MONITORIA.. In: Conexão Unifametro. 2019. 5. Dayani P. M., Léa D. P. G. V. ATUAÇÃO DO MONITOR NA UTILIZAÇÃO DA METODOLOGIA OSCE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA. In: Conexão Fametro. 2018 6. Kurtz, Suzanne et al. Marrying content and process in clinical method teaching: enhancing the Calgary–Cambridge guides. Academic Medicine, v. 78, n. 8, p. 802-809, 2003. 7. Kurtz, Suzanne et al. Teaching and learning communication skills in medicine. CRC press, 2017. 8. Stewart, M., Brown, J. B., Weston, W. W., McWhinney, I. R., McWilliam, C. L., & Freeman, T. R. Medicina centrada na pessoa: transformando o método clínico. Artmed Editora. 2010. 9. Karaoglu N, Seker M. Looking for winds of change with a PBL scenario about communication and empathy. Health Med. 2011;5:515–521. 10. Lim BT, Moriarty H, Huthwaite M. “Beingin-role”: A teaching innovation to enhance empathic communication skills in medical students. Med Teach. 2011;33:e663–e669. 11. Neumann M, Edelhäuser F, Tauschel D, et al. Empathy decline and its reasons: a systematic review of studies with medical students and residents. Acad Med. 2011; 86(8): 996–1009. 12. Batt-Rawden, Samantha A et al. “Teaching empathy to medical students: an updated, systematic review.” Academic medicine : journal of the Association of American Medical Colleges vol. 88,8 (2013): 1171-7.

Título do Evento: I CAEMED - Congresso de Atualidades em Educação Médica
Título dos Anais do Evento: Congresso de Atualidades em Educação Médica: Anais
Nome da Editora: Even3
Meio de Divulgação: Meio Digital

Como citar

BOGADO, Maria Cecília et al.. UM NOVO OLHAR DO OSCE - RELATO DE EXPERIÊNCIA DO MONITOR DE SIMULAÇÃO CLÍNICA NA ESTAÇÃO DE SAÚDE MENTAL NA UNIVERSIDADE XXX.. In: Congresso de Atualidades em Educação Médica: Anais. Anais...Curitiba(PR) CAEMED, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/caemed2021/440398-UM-NOVO-OLHAR-DO-OSCE---RELATO-DE-EXPERIENCIA-DO-MONITOR-DE-SIMULACAO-CLINICA-NA-ESTACAO-DE-SAUDE-MENTAL-NA-UNIVE. Acesso em: 16/06/2025