RETORNAR PARA REENCONTRAR-SE: COMUNIDADE QUILOMBOLA ENGENHO DE SIQUEIRA

Publicado em 03/01/2025 - ISBN: 978-65-272-0950-8

Título do Trabalho
RETORNAR PARA REENCONTRAR-SE: COMUNIDADE QUILOMBOLA ENGENHO DE SIQUEIRA
Autores
  • Gilvania Santos Silva
Modalidade
Resumo
Área temática
COMUNICAÇÕES E RELATOS DE EXPERIÊNCIAS
Data de Publicação
03/01/2025
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/7sae/972676-retornar-para-reencontrar-se--comunidade-quilombola-engenho-de-siqueira
ISBN
978-65-272-0950-8
Palavras-Chave
Quilombo,Educação,Escrevivência,Oralituras,Audiovisual
Resumo
A pesquisa de doutorado é sobre os ensinamentos movidos no território quilombola em que minha mãe Maria do Carmo nasceu e cresceu. Tem como intenção, estabelecer diálogos com a Comunidade Quilombola Engenho de Siqueira situada na cidade de Rio Formoso em Pernambuco, registrar e apresentar os processos de ensinamentos quilombolas tendo como fundamentação os conceitos de oralituras como propõe Leda Maria Martins e da escrevivência proposta por Conceição Evaristo e a produção de um documentário. Em 2023, defendi a dissertação “Entre a cozinha e a sala de aula: caminhos possíveis para um ensino antirracista da arte na escola pública”. Apresento no primeiro capítulo desta pesquisa, um pouco da comunidade quilombola em que minha mãe nasceu e cresceu. Durante o processo de escrita, fui sendo levada a uma vontade de falar mais sobre os saberes e ensinamentos deste quilombo e também produzir um documentário, já que as sabedorias quilombolas são muitas. Pensar o ensino a partir das vivências e experiências de quem ocupa a sala de aula, docentes e estudantes ao ponto de nos confundirmos e nos tornarmos uma só pessoa. Interessada em escutar e escrever mais, a pesquisa do doutorado se propõe a criar mais um registro da história da comunidade Quilombola Engenho de Siqueira partindo de narrativas de familiares e demais pessoas que lá moram. Os quilombos e as aldeias indígenas são territórios de resistência e se existe o entendimento da sociedade e da academia sobre a importância da educação antirracista e/ou decolonial, não há como desconsiderar a existência dos saberes desses territórios, é preciso criar espaços para que mais estudos e produções audiovisuais sejam realizadas e publicadas a fim de registrar e gerar novas práticas a partir dos modos de organização das pessoas que estão nesses espaços. Para qualquer projeto antirracista e decolonial no Brasil, essas são fontes fundamentais de inspiração, investigação e referência para ampliar e fortalecer essas práticas. Assim, os modos como são produzidas as obras audiovisuais e cinematográficas também responsáveis pela forma que se contam as histórias e pelo modo de organização do ensino. Durante minha época como estudante de escola pública, sempre aprendi que quilombos eram apenas lugares de gente negra que sofria e lutava para viver. Mas porque nunca me ensinaram sobre os esses modos de sobrevivência? Porque as representações eram sempre voltadas para o lugar da dor e da morte? Na minha pesquisa de mestrado, escrevo: o quilombo como força vital de mulheres e homens que (re)existiram, daqueles e daquelas que ainda estão e daqueles e daquelas que escolheram ou tiveram que se deslocar. Me encontrei com Antônio Bispo dos Santos também conhecido como Nego Bispo no final de 2022 e em 2023 com sua obra “a terra dá, a terra quer”, seu jeito de falar e escrever sobre o quilombo me abraçou. Em seu livro, Antônio Bispo nos presenteia com palavras e ensinamentos sobre a organização, modo de vida e pensamentos quilombolas. Dessa forma, ele possibilita para mim, falar sobre a comunidade da qual eu também faço parte, pois como ele bem traz em seu texto, somos confluência: quando a gente confluencia, a gente não deixa de ser a gente, a gente passa a ser a gente e outra gente – a gente rende. Assim eu desejo ser gente e muitas outras gentes, confluenciando e rendendo. "No quilombo, contamos história, na boca da noite, na lua cheia, ao redor da fogueira(...). Nós contamos história sem cobrar nada de ninguém, o fazemos para fortalecer a nossa trajetória. E não contamos apenas as histórias dos seres humanos, contamos também histórias de bichos: macacos, onças e passarinhos." (SANTOS, 2023, p.25). Portanto, para a efetivação de um ensino decolonial e antirracista, é importante para entendermos e reconhecermos os modos de produção e existência dos conhecimentos dos territórios quilombolas. Referências EVARISTO, Conceição. Histórias de leves enganos e parecenças - Rio de Janeiro: Editora Malê, 2017. __________. Conceição. Insubmissas Lágrimas de Mulheres - Rio de Janeiro: Editora Malê, 2020. HOOKS, Bell. Ensinando a Transgredir: Pedagogia como prática da liberdade - Editora Martins Fontes, 2018. _________. Bell. Ensinando comunidade: uma pedagogia da esperança - São Paulo: Editora Elefante, 2021. MARTINS, Leda Maria. Afrografias da memória. Belo Horizonte: Editora Mazza Edições, 1997 __________. Leda Maria. Performances da oralitura: corpo, lugar da memória Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/letras/article/view/11881 NASCIMENTO, Beatriz. Uma História feita por mãos negras: Relações raciais, quilombos e movimentos / Beatriz Nascimento; organização Alex Ratts - 1ª edição - Rio de Janeiro: Editora Zahar, 2021. SANTOS, Antônio Bispo dos. A terra dá, a terra quer. São Paulo: Ubu Editora, 2023.
Título do Evento
7º Seminário Arte e Educação - Caminhos para o Norte: pesquisas artísticas e pedagógicas
Título dos Anais do Evento
Anais do Seminário Arte e Educação - Caminhos para o Norte: pesquisas artísticas e pedagógicas
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SILVA, Gilvania Santos. RETORNAR PARA REENCONTRAR-SE: COMUNIDADE QUILOMBOLA ENGENHO DE SIQUEIRA.. In: Anais do Seminário Arte e Educação - Caminhos para o Norte: pesquisas artísticas e pedagógicas. Anais...Rio Branco(AC) UFAC, 2024. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/7sae/972676-RETORNAR-PARA-REENCONTRAR-SE--COMUNIDADE-QUILOMBOLA-ENGENHO-DE-SIQUEIRA. Acesso em: 07/12/2025

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