MULHERES E ARTE: REPRESENTAÇÕES ARTÍSTICAS DE MULHERES NO SURREALISMO

Publicado em 13/04/2020 - ISBN: 978-65-990852-0-8

Título do Trabalho
MULHERES E ARTE: REPRESENTAÇÕES ARTÍSTICAS DE MULHERES NO SURREALISMO
Autores
  • Isabela Iani Borges Oliveira
Modalidade
Resumo
Área temática
Categoria C - Ensino Médio e Técnico - Ciências Humanas
Data de Publicação
13/04/2020
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/7febrat/176422-mulheres-e-arte--representacoes-artisticas-de-mulheres-no-surrealismo
ISBN
978-65-990852-0-8
Palavras-Chave
Mulheres, Arte, Representações, Gênero, Surrealismo.
Resumo
A arte é um meio de representar os sentimentos, as ideias e as percepções sobre a vida e seus contextos. Tem sido desenvolvida e apreciada pelos seres humanos desde a Antiguidade. Apesar dessa importância, é possível perceber ao longo da História a existência de uma pequena porcentagem de artistas do gênero feminino presentes nesse cenário, sendo geralmente vistas como a obra, e não como as próprias artistas e criadoras. Esse trabalho tem como objetivo a análise da obra de três artistas surrealistas, Remedios Varo (1908-1963), Dorothea Tanning (1920-2012) e Leonor Fini (1907-1996) que, por mais que tenham recebido pouca visibilidade, colaboraram ativamente no “Surrealismo”, mostrando não só as suas histórias e percepções em quadros, mas também, a imagem da mulher em relação às Artes Plásticas. Remedios Varo se inseriu no meio artístico desde muito pequena, teve contato com livros sobre arte, ciência, ficção, misticismo, filosofia e política, o que influenciou diretamente suas obras. Aos 15 anos, entrou na “Real Academia de Belas Artes de São Fernando”, onde teve seu contato com o Surrealismo, no qual prosseguiu sua carreira. Em 1934 participou da Exposição Internacional de Surrealismo, o que fez com que seu trabalho se expandisse, criando assim, maior visibilidade no meio artístico. Durante sua vida, produziu 54 obras. A argentina Leonor Fini também desde pequena demonstrou gosto pela arte, e a partir de uma doença ocular que teve em sua juventude, na qual ficou com os olhos vendados para proteção, acabou tendo diversas visões e sonhos, e com a sua cura, sentiu uma enorme vontade de expressar tudo o que vira e sentira durante tal período. Como frequentava as boêmias parisienses, conheceu diversos artistas, facilitando seu acesso no meio artístico surrealista. Sua primeira exposição artística individual ocorreu no ano de 1929, em Milão na Itália. Fini exerceu trabalhos importantes em outras áreas (também artísticas), produzindo para óperas e peças na Europa. Desde seus 15 anos de idade, Dorothea Tanning demonstrou grande interesse em literatura e pintura. Em 1928 começou seus estudos no colégio particular de artes Knox College, e os finalizou dois anos depois, em 1930. Foi para Chicago, onde ficou por pouco tempo em Chicago, e estudou durante três semanas na Academia de Belas Artes. No mesmo ano viajou para o Canadá, onde realizou trabalhos como modelo para artistas, e também, começou seus trabalhos como ilustradora. Com base na obra dessas autoras, o objetivo é analisar de que modo o gênero influenciou na pintura, apresentar os principais temas tratados por elas, investigar a autoimagem que tinham de si e da sua profissão e o modo como retrataram as outras mulheres em seus quadros. Como pintoras, que temas essas mulheres pintaram com mais frequência? Inseridas no movimento do surrealismo, de que modo contribuíram para as bases desse movimento? Que tipo de dificuldade enfrentaram por serem mulheres? Como arte e gênero se relacionaram nessa época? São essas as questões que pretendemos discutir nesta investigação. Para tanto, serão adotados os referencias teóricos da história de gênero e o conceito de Joan Scott, para quem gênero é uma construção social feita a partir das diferenças percebidas entre os sexos e que se organiza a partir das instituições sociais, dos conceitos normativos, dos símbolos e das identidades (1994, p. 92) A temática abordada ao decorrer deste trabalho é fundamental para entender o nosso passado histórico/social artístico, e consequentemente, a nossa atualidade, e como isso se desenrolou ao longo das épocas. Acredito que isso trará maior conhecimento não só na área artística, mas também, na questão de gênero e suas representações. Para a análise das obras, observou-se os temas mais recorrentes pintados pelas artistas. Após observação cuidadosa, identificou-se a presença de temas que são consideradas comuns ao universo masculino e temas típicos do universo feminino, baseando-se nas concepções de gênero do imaginário coletivo social. Percebe que as principais temáticas tratados pelas artistas foram: sexualidade, emoções, poder, misticismo, cotidiano, críticas sociais (na maioria das vezes, ligadas a algum estereótipo feminino) e, por fim, numa quantidade menor, natureza. Para a análise neste trabalho, foram utilizados 3 (três) obras de cada artista, que se encaixam em três nichos principais: 1. Sexualidade e Poder; 2. Sentimentos e Emoções e 3. Misticismo. No que se refere à sexualidade e poder, observa-se sua presença nos quadros Visita Inesperada (1948) de Remedios Varo, Interior with Sudden Joy (1951) de Dorothea Tanning e Ideal Life (1950) de Leonor Fini. No que diz respeito ao misticismo, pode ser visto nas obras Mujer Saliendo del Psiconalista (1960) de Remedios Varo, e Mémoire des Fragments Passés (1984) de Leonor Fini. Já no último nicho, no que diz respeito aos Sentimentos e Emoções, nota-se suas representações nos quadros Dolor Reumática (1948) de Remedios Varo, Maternity (1947) e Palaestra (1949), sendo os dois da artista Dorothea Tanning e Mémoire des Fragments Passés (1984) de Leonor Fini. Tal análise fundamentou-se nos conceitos e no próprio método de análise iconológica e iconográfica, tentando assim, objetar e debater sobre as problemáticas apontadas, e/ou responder questões citadas anteriormente. A ideia veio a partir do questionamento e balanceamento de números sobre quantos artistas do gênero masculino e do gênero feminino são reconhecidos mundialmente. De acordo com o MASP (Museu de Arte de São Paulo), no ano de 2017, apenas 6% das obras expostas no museu foram assinadas por mulheres, e em contraposição, 60% dos nus artísticos são de corpos femininos. Infelizmente, isso não ocorre apenas no Brasil. Acredito que o tema abordado neste trabalho, trará inquietações e consequentemente, possíveis questionamentos e debates, principalmente para as mulheres e amantes/pesquisadores das artes, pois é de se estranhar que, em uma sociedade em que as questões de gênero estão tão em alta, ainda não conseguimos listar grandes mulheres artistas da mesma forma em que conseguimos listar grandes homens artistas. Almejo que este trabalho incite outras jovens a pensar sobre o assunto, para que assim, haja mais mulheres no meio artístico.
Título do Evento
7ª Feira Brasileira de Colégios de Aplicação e Escolas Técnicas - 7ª FEBRAT
Cidade do Evento
Belo Horizonte
Título dos Anais do Evento
Anais a 7ª Feira Brasileira de Colégios de Aplicação e Escolas Técnicas - 7ª FEBRAT
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

OLIVEIRA, Isabela Iani Borges. MULHERES E ARTE: REPRESENTAÇÕES ARTÍSTICAS DE MULHERES NO SURREALISMO.. In: Anais a 7ª Feira Brasileira de Colégios de Aplicação e Escolas Técnicas - 7ª FEBRAT. Anais...Belo Horizonte(MG) Centro Pedagógico da UFMG, 2020. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/7febrat/176422-MULHERES-E-ARTE--REPRESENTACOES-ARTISTICAS-DE-MULHERES-NO-SURREALISMO. Acesso em: 22/05/2025

Trabalho

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