A CASA DE ARAUCÁRIA NOS CAMPOS GERAIS: EMERGÊNCIA DO RECONHECIMENTO DE UMA CULTURA ARQUITETÔNICA

Gabriela Kratsch Sgarbossa

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Resumo

Título do Trabalho

A CASA DE ARAUCÁRIA NOS CAMPOS GERAIS: EMERGÊNCIA DO RECONHECIMENTO DE UMA CULTURA ARQUITETÔNICA

Autores

Gabriela Kratsch Sgarbossa

Modalidade

Artigo Completo

Área temática

7.Arquitetura vernácula e a salvaguarda de tradições. A arquitetura vernácula é em última análise uma tradição manifestada materialmente, mas também imaterialmente no “saber fazer”. Neste sentido apresenta-se não só como “loccus’ de várias manifestações culturais mas também é ela mesmo uma manifestação importante na preservação das tradições. Aqui se pretende discutir todas estas questões e outras associadas a um conceito chave para o campo, o da tradição.

Data de Publicação

24/01/2020

País da Publicação

Brasil

Idioma da Publicação

Português

Página do Trabalho

https://www.even3.com.br/anais/2arqvernacula/175464-a-casa-de-araucaria-nos-campos-gerais--emergencia-do-reconhecimento-de-uma-cultura-arquitetonica

ISBN

978-85-5722-360-8

Palavras-Chave

Arquitetura em madeira, casa polaca, cultura arquitetônica.

Resumo

Conceitualmente, entende-se que a denominada arquitetura vernacular é aquela desenvolvida por uma determinada população utilizando os meios disponíveis no ambiente, geralmente detém características formais simples, que respeitam às tradições do grupo no qual a obra se insere e são construídas como parte de um trabalho comunitário. Neste contexto, o uso da madeira como material construtivo faz parte de diversas culturas ao redor do planeta, durante muitos períodos da história da arquitetura. No Brasil, foi utilizada como arcabouço estrutural das edificações, tanto pelas populações indígenas, quanto pelos colonizadores portugueses, utilizando variadas técnicas de construção. No atual estado do Paraná, o material teve largo uso na construção civil, relacionada com diversos ciclos econômicos e correntes migratórias, tendo a origem de seu emprego em meados do século XVIII, pela população cabocla, cujas moradias possuíam tanto estrutura quanto a vedação em madeira, sendo que essa se diferencia da arquitetura produzida por outras civilizações por ser utilizada na vertical. Esta tipologia influenciou significativamente a arquitetura dos imigrantes eslavo-poloneses, desembarcados no Paraná a partir de meados do século XIX, cuja tradição construtiva baseava-se no emprego de troncos de árvores ou pranchões de madeira no sentido horizontal. A incorporação das tradições dos caboclos locais à prática dos imigrantes favoreceu o desenvolvimento de uma arquitetura singular no estado do Paraná, de característica tipicamente regional, denominadas de casas-polacas, em referência à origem de seus construtores. Possuíam programas muito semelhantes, nos quais a cozinha detinha destaque como local de convivência familiar. Os planos de cobertura, muito inclinados e arrematados por lambrequins, refletiam os costumes típicos da terra natal e as adaptações necessárias para as novas condições climáticas. No entanto, mesmo que essa arquitetura tenha grande importância para a história paranaense, seu desaparecimento ocorre de maneira veloz, surgindo a necessidade de reconhecer esses elementos como participantes de uma cultura regional, assim, o objetivo deste estudo é discutir as principais características presentes em casas de madeira presentes na região supracitada, associadas à colonização eslava, com vistas à seu reconhecimento como patrimônio cultural paranaense. A metodologia adotada envolveu a construção de uma fundamentação teórica, referente às temáticas de arquitetura vernacular, arquitetura em madeira e patrimônio cultural. Sequencialmente, desenvolveu-se uma investigação acerca da prática construtiva dos imigrantes eslavos na região, baseada em fontes bibliográficas e documentais, associadas à levantamentos de campo. Deste modo, pode-se compreender que a abundância do material e a mecanização do processamento da madeira foram fundamentais para o emprego do material no chamado Paraná Tradicional, bem como a influência do imigrante eslavo-polonês, que produziu, especialmente no meio rural, significativos exemplares arquitetônicos, capazes de transmitir a cultura regional. A ausência de políticas patrimoniais específicas para essas tipologias arquitetônicas contribuiu para a perca de muitos exemplares ao longo dos anos, sendo urgente o reconhecimento destas como parte significativa da cultura local.

Título do Evento: 2º SEMINÁRIO ARQUITETURA VERNÁCULA
Cidade do Evento: Belo Horizonte
Título dos Anais do Evento: ANAIS 2º SEMINÁRIO ARQUITETURA VERNÁCULA
Nome da Editora: Even3
Meio de Divulgação: Meio Digital

Como citar

SGARBOSSA, Gabriela Kratsch. A CASA DE ARAUCÁRIA NOS CAMPOS GERAIS: EMERGÊNCIA DO RECONHECIMENTO DE UMA CULTURA ARQUITETÔNICA.. In: ANAIS 2º SEMINÁRIO ARQUITETURA VERNÁCULA. Anais...Belo Horizonte(MG) Escola de Arquitetura da UFMG - Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil, 2020. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/2arqvernacula/175464-A-CASA-DE-ARAUCARIA-NOS-CAMPOS-GERAIS--EMERGENCIA-DO-RECONHECIMENTO-DE-UMA-CULTURA-ARQUITETONICA. Acesso em: 10/09/2024