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O “sistema- -mundo colonial/moderno” (GROSFOGUEL, 2008) tem deixado o planeta em ruínas. Estados e empresas européias e estadunidenses guiados por mentalidade e práticas coloniais/escravocratas, assentados no racismo, tem promovido holocaustos em África e em todos os territórios que invadem.

A visão de barcos de refugiados naufragando, o contínuo sequestro de pessoas, o saque e a pilhagem das riquezas naturais de África, Oriente Médio, América Latina e Ásia, os leilões on-line de pessoas, os ataques ao direito de autodeterminação das populações ao Sul do planeta têm evidenciado a permanência da colonialidade do poder, do ser e do saber.

A herança colonial ressoa e continua a marcar corpos que habitam territórios subalternizados, em especial corpos negros e indígenas. No Brasil, o estado de Mato Grosso escancara os efeitos da colonialidade. Nele, territórios tradicionais: quilombolas e indígenas, assim como o bioma do cerrado, têm sido ameaçados pelo avanço do agronegócio. O latifúndio e a monocultura, aliados a empresas transnacionais produtoras de veneno, têm intoxicado águas, terras, ar, adoecido e matado a população e contribuído para o aprofundamento das desigualdades e diferenças sociais nas áreas rurais e urbanas.

Se no campo os povos tradicionais, os pequenos proprietários, os trabalhadores rurais sem terra estão ameaçados, na cidade o racismo ambiental tem reservado a periferia para a população negra e pobre e encarcerado e/ou exterminado a juventude.

Diante deste cenário, o I COLÓQUIO INTERNACIONAL - Racismo Ambiental, Ecologia, Educação e Interculturalidade, reuniu estudiosos, movimentos sociais e a comunidade, nacional e estrangeira para juntos pensarmos a atualidade e construirmos alternativas de enfrentamento as maquinarias de morte dos Estados e empresas europeus e estadunidenses que se ocupam exclusivamente de saciar a ganância do mercado em detrimento da vida.