O Dia Mundial da Alimentação é
celebrado anualmente e marca a criação da Organização das Nações Unidas para a
Alimentação e a Agricultura (FAO) (16/10/1945). Mais do que uma data simbólica, este dia busca alertar e mobilizar a sociedade para a fundamental relação entre uma alimentação saudável, a saúde e o bem estar de todos e todas.
Essa é uma oportunidade rica para
abordar questões fundamentais como a pobreza e a fome no Brasil, um dos maiores
produtores mundiais de alimentos, mas que persiste em sua incapacidade de
garantir Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (SSAN) para toda a
população. Essa contradição expõe falhas estruturais no modelo de produção,
distribuição e acesso a alimentos, agravadas por desigualdades regionais.
No semiárido brasileiro, onde está presente a rica biodiversidade da Caatinga – único bioma exclusivamente nacional, fatores climáticos, econômicos e sociais intensificam desigualdades, deixando as populações pobres do campo e das cidades ainda mais vulnerabilizadas e impactadas por distintas fomes e insegurança alimentar.
O Instituto Nacional do Semiárido
(INSA/MCTI) soma-se a esse movimento mundial de reflexão e ação, compreendendo a
SSAN dos povos como um direito humano básico, e na defesa de sistemas
alimentares (nas suas múltiplas dimensões) mais justos e resilientes, os quais
passam necessariamente pelo fortalecimento da agricultura familiar –
responsável por 70% dos alimentos consumidos no país.
O INSA, ao reafirmar seu compromisso com a construção e fortalecimento de iniciativas em diálogo com outros atores sociais e agências da sociedade, busca estabelecer estratégias colaborativas para a formação e consolidação de parcerias interinstitucionais que promovam SSAN prioritariamente no Semiárido brasileiro, por meio do compartilhamento de conhecimentos, recursos e experiências, na perspectiva de desenvolver ações integradas, inovadoras e sustentáveis.
Inspirando-se nas lutas do
pernambucano Josué de Castro (1908-1973), cujo pensamento continua atual e urgente,
ele nos lembra a fome não como uma fatalidade ou decorrente das condições
físicas, climáticas e étnicas, mas sim como um problema político, geográfico,
estrutural e fruto das desigualdades que moldam o desenvolvimento econômico e a
distribuição de renda no país, mantidas desde o período colonial. E que a fome
é uma violação evitável, e sua erradicação exige políticas públicas de estado consistentes e inclusivas.
O enfrentamento da fome e da insegurança alimentar e nutricional é um compromisso coletivo e urgente!
Contamos com a sua presença!