QUEM TEM MEDO DO GÊNERO NA TERAPIA DE FAMÍLIA?

Publicado em 22/04/2025 - ISBN: 978-65-272-1302-4

Título do Trabalho
QUEM TEM MEDO DO GÊNERO NA TERAPIA DE FAMÍLIA?
Autores
  • Cristina Vianna Moreira dos Santos
Modalidade
Comunicações
Área temática
Políticas e práticas de educação em gênero e sexualidade
Data de Publicação
22/04/2025
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/i-seminario-internacional-do-inct-caleidoscopio/929668-quem-tem-medo-do-genero-na-terapia-de-familia
ISBN
978-65-272-1302-4
Palavras-Chave
Terapia de Família, Saúde Mental, Gênero, Sexualidade, Relações étnico-raciais
Resumo
O objetivo do presente ensaio é problematizar o atendimento da diversidade de gênero, sexual e étnico-racial na prática clínica com casais e famílias. Demandas de gênero e diversidade têm ampliado a preocupação no atendimento clínico familiar e no campo da saúde mental, considerando o sofrimento e a exclusão perpetrados por LGBTfobia, racismo, sexismo e misoginia. Entretanto, a terapia familiar e de casal, de base sistêmica, apesar da necessidade contemporânea de acompanhar as mudanças familiares e seus diferentes arranjos, não tem desenvolvido um diálogo mais arrojado com os estudos feministas, antirracistas e decoloniais. No campo da terapia familiar e de casal há uma simplificação das preocupações profissionais em torno do tema da sexualidade humana, que acaba por reificar práticas heteronormativas como mais aceitáveis. A diversidade é referida com alusão a diferentes “cores” das identidades e sua inclusão esbarra na compreensão da “aceitação” das diferenças pela/o terapeuta de família, o que individualiza sua atuação, aumenta seu poder e enfraquece o caráter político do tema. No sentido de aproximar “família” e “gênero”, conceitos polarizados pelo pânico moral, precisamos fazer uma imersão nos estudos feministas, transfeministas e interseccionais para refletir sobre a sexualidade como direito, visibilizando os processos de exclusão experimentados por identidades dissidentes em contextos familiares. Profissionais de terapia familiar e conjugal devem desenvolver habilidades e competências no atendimento clínico que valorizem a diversidade e a inclusão compreendendo como gênero e sexualidade, intersecções de raça/etnia, e demais marcadores sociais constituem processos de subjetivação na cultura que tem estabelecido diferença como desigualdade. Esta qualificação deve estar baseada em práticas de educação em gênero, sexualidade, e interseccionalidade ofertadas em currículos de graduação e pós-graduação, especialmente no campo da Psicologia, formação majoritária de terapeutas familiares no país. Na Universidade Federal do Tocantins, no Curso de Graduação em Psicologia, do Câmpus de Miracema, a disciplina Gênero e Sexualidade é obrigatória e oferecida desde sua criação em 2018, a partir da perspectiva dos feminismos, dos direitos humanos, dos direitos reprodutivos e sexuais, da interseccionalidade e do antirracismo. Nesta universidade, a disciplina de Terapia Familiar e de Casal é ofertada, como na maioria dos cursos de Psicologia, de modo optativo, desde 2019, como tópicos especiais em psicoterapia. A metodologia da referida disciplina inclui aula expositiva dialogada, bem como discussão de casos clínicos, role-playing, recursos vivenciais para a prática clínica, e estratégias de ensino-aprendizagem voltadas para o atendimento sistêmico de famílias. Em nossa experiência de prática educacional, o ensino, a extensão e a pesquisa são trajetórias paralelas e em diálogo constante nos processos de formação graduada, onde o debate sobre gênero, sexualidade e relações étnico-raciais tem sido introduzido e aprofundado de modo crítico e reflexivo. Acreditamos que as práticas de educação em Psicologia devem discutir risco e proteção em saúde mental, levando em conta gênero, sexualidade e raça/etnia, com vistas a desenvolver recursos para atuação profissional pautada na ética do cuidado e da alteridade, promovendo a construção de futuras práticas na terapia com famílias e casais, que valorizem o acolhimento e a escuta da diferença e da diversidade.
Título do Evento
I Seminário Internacional do INCT Caleidoscópio - VIII Práticas Socioculturais e Discurso
Cidade do Evento
Brasília
Título dos Anais do Evento
Práticas Socioculturais e Discurso: INCT Caleidoscópio
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SANTOS, Cristina Vianna Moreira dos. QUEM TEM MEDO DO GÊNERO NA TERAPIA DE FAMÍLIA?.. In: Práticas Socioculturais e Discurso: INCT Caleidoscópio. Anais...Brasília(DF) Universidade de Brasília, 2025. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/i-seminario-internacional-do-inct-caleidoscopio/929668-QUEM-TEM-MEDO-DO-GENERO-NA-TERAPIA-DE-FAMILIA. Acesso em: 31/07/2025

Trabalho

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