CIÊNCIAS, GÊNERO E SEXUALIDADES: RELAÇÕES INTERNACIONAIS DESDE A PERSPECTIVA DE UMA MULHER INDÍGENA.

Publicado em 22/04/2025 - ISBN: 978-65-272-1302-4

Título do Trabalho
CIÊNCIAS, GÊNERO E SEXUALIDADES: RELAÇÕES INTERNACIONAIS DESDE A PERSPECTIVA DE UMA MULHER INDÍGENA.
Autores
  • Alcineide Moreira Cordeiro
  • Tchella Fernandes Maso
Modalidade
Comunicações
Área temática
Ciências, gênero e sexualidade
Data de Publicação
22/04/2025
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/i-seminario-internacional-do-inct-caleidoscopio/898959-ciencias-genero-e-sexualidades--relacoes-internacionais-desde-a-perspectiva-de-uma-mulher-indigena
ISBN
978-65-272-1302-4
Palavras-Chave
Relações Internacionais Indígenas, Diplomacia Ancestral, Inclusão Indígena, Direitos Indígenas, Identidade de Gênero Ciências Indígenas,
Resumo
Discutir ciências, gênero e sexualidade no contexto das Relações Internacionais (RI) a partir da perspectiva indígena é fundamental para enriquecer o campo e promover uma visão mais inclusiva. Como mulher indígena e futura internacionalista, acredito que as RI devem refletir a diplomacia ancestral praticada por meu povo, integrando saberes tradicionais e valores indígenas na discussão global. Há uma lacuna significativa na inclusão da identidade de gênero nas RI. Mulheres negras e indígenas são raramente vistas ocupando espaços de discussão. As mulheres indígenas, historicamente, já faziam parte dessas discussões, orientando líderes e sendo guardiãs de conhecimentos tradicionais, mas muitas vezes não são reconhecidas em sua atuação política e internacional. Por isso, meu foco nesse trabalho é apresentar, desde minha vivência como estudante indígena na graduação em Relações Internacionais da Universidade de Brasília, como esse campo do conhecimento é omisso em relação aos povos indígenas e suas formas de conhecer e práticas políticas. Nas comunidades fronteiriças, como Iauaretê, no noroeste do Amazonas, invasões de narcotraficantes colombianos afetam gravemente as famílias, especialmente as mulheres. É crucial que os Estados sigam normativas internacionais para assegurar os direitos dessas comunidades e garantir sua segurança, mas essa demanda não é tematizada. A cultura indígena frequentemente é folclorizada pela mídia, mas também nas salas de aula, espaços de perpetuação de estereótipos.. Estudantes indígenas, como eu, muitas vezes se sentem sozinhos em turmas predominantemente não indígenas, enfrentando desafios para serem incluídas em trabalhos em grupo e questionadas sobre suas capacidades e conhecimentos de forma discriminatória. A interculturalidade entre a ciência dos indígenas e a dos não indígenas é pouco debatida nas RI. A valorização da ciência ocidental prevalece, negligenciando a teoria da vivência indígena. Pese tais posturas coloniais, os povos indígenas em diferentes partes do mundo praticam suas relações internacionais. Um exemplo de integração de conhecimentos tradicionais e modernos é o Parlamento do Povo Maori (Te Whare Paremata Maori), que promove a inclusão de diversas identidades de gênero e participação ativa das mulheres. Este modelo pode servir de referência para outras comunidades indígenas. A Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN) demonstra, através de sua organização social, que é possível lutar pelos direitos humanos dos povos indígenas, representando e decidindo de acordo com as demandas de suas bases. Portanto, a inclusão das experiências indígenas nas RI é essencial para quebrar paradigmas de gênero e raça, promovendo uma visão mais diversa e inclusiva. A luta por maior representatividade indígena nas universidades, como a criação de vagas específicas para vestibulares indígenas, é um passo importante nessa direção. Mas, a universidade e os cursos de graduação precisam abrir-se para o diálogo intercultural e para a possibilidade de aprender desde outros lugares. Espera-se desde a revisão bibliográfica, mediada pelas vivências da autora, fazer desse trabalho um espaço de enunciação das demandas e da importância de uma perspectiva indígena das RI.
Título do Evento
I Seminário Internacional do INCT Caleidoscópio - VIII Práticas Socioculturais e Discurso
Cidade do Evento
Brasília
Título dos Anais do Evento
Práticas Socioculturais e Discurso: INCT Caleidoscópio
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

CORDEIRO, Alcineide Moreira; MASO, Tchella Fernandes. CIÊNCIAS, GÊNERO E SEXUALIDADES: RELAÇÕES INTERNACIONAIS DESDE A PERSPECTIVA DE UMA MULHER INDÍGENA... In: Práticas Socioculturais e Discurso: INCT Caleidoscópio. Anais...Brasília(DF) Universidade de Brasília, 2025. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/i-seminario-internacional-do-inct-caleidoscopio/898959-CIENCIAS-GENERO-E-SEXUALIDADES--RELACOES-INTERNACIONAIS-DESDE-A-PERSPECTIVA-DE-UMA-MULHER-INDIGENA. Acesso em: 19/05/2025

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