A VIDA SÓ É DURA PARA QUEM DÁ MOLE: ADAPTAÇÕES ANATÔMICAS À VIDA SOBRE AS ROCHAS EM QUATRO MONOCOTILEDÔNEAS DA SERRA DO CIPÓ

Pedro Quinellato Dantas; Gabriela Vaini; Carina de Araujo; Matheus Pena Passos; Ingrid Koch; Juliana Mayer

Título do Trabalho

Autores

Pedro Quinellato Dantas
Gabriela Vaini
Carina de Araujo
Matheus Pena Passos
Ingrid Koch
Juliana Mayer

Modalidade

Apresentação de Trabalhos

Área temática

Ambiental

Data de Publicação

30/08/2023

País da Publicação

Brasil

Idioma da Publicação

Português

Página do Trabalho

https://www.even3.com.br/anais/xvicaeb/652358-a-vida-so-e-dura-para-quem-da-mole--adaptacoes-anatomicas-a-vida-sobre-as-rochas-em-quatro-monocotiledoneas-da-se

ISBN

978-85-5722-929-7

Palavras-Chave

adaptações ambientais, anatomia vegetal, campos rupestres

Resumo

Campos rupestres são ambientes altamente estressantes para as espécies vegetais que os habitam. Nesses ambientes, as plantas enfrentam desafios como alta radiação solar, forte sazonalidade de chuvas e solos com baixa retenção de água. Mesmo assim, os campos rupestres apresentam a maior biodiversidade vegetal do país relativa à área. Neste trabalho, buscamos associar a anatomia de monocotiledôneas rupícolas a adaptações que permitem sua sobrevivência. Coletamos uma espécie de Bromeliaceae e três de Velloziaceae rupícolas na Serra do Cipó (MG). Folhas, caules e/ou raízes foram fixados em FAA 50, preservados em etanol 70% e seccionados à mão livre ou em micrótomo de deslize. Coramos as secções e as analisamos em microscopia de luz. As folhas de Neoregelia bahiana (Bromeliaceae) apresentam cutícula espessa, células subepidérmicas com parede celular espessada e parênquima aquífero como características relacionadas a economia e armazenamento de água. Seu rizoma e suas raízes são intensamente esclerificados. A esclerificação desses órgãos dificulta o ataque de herbívoros e evita o colabamento dos tecidos, especialmente em condições de déficit hídrico. As folhas das três Velloziaceae apresentam mesofilo compartimentalizado devido a extensões da bainha esclerenquimática dos feixes vasculares. Essa compartimentalização evita o colabamento dos tecidos e confere independência funcional a cada compartimento do mesofilo. Vellozia albiflora apresenta folhas com cutícula espessa e parênquima clorofiliano lacunoso com pouco espaço intercelular como características associadas à economia de água. Seu caule e pedicelo apresentam organização eustélica, algo inédito em monocotiledôneas até onde verificamos. Barbacenia flava também apresenta folhas com cutícula espessa e seu pedicelo apresenta emergências glandulares. A secreção viscosa dessas estruturas glandulares pode atuar na defesa da planta contra florivoria. As folhas de Barbacenia gentianoides não apresentam cutícula espessa, mas apresentam 4-5 camadas de parênquima paliçádico e extensões da bainha esclerenquimática na forma de “T” como possíveis adaptações à alta radiação solar. O trabalho denota o potencial da aplicação de caracteres anatômicos, como espessura da cutícula e padrões de diferenciação e compartimentalização do mesofilo, na taxonomia de Velloziaceae. Por fim, as características anatômicas das quatro espécies refletem as adaptações que as permitem enfrentar as duras condições de vida nos campos rupestres.

Título do Evento: XVI CAEB
Cidade do Evento: Campinas
Título dos Anais do Evento: Anais do CAEB - Congresso Aberto aos Estudantes de Biologia
Nome da Editora: Even3
Meio de Divulgação: Meio Digital

Como citar

DANTAS, Pedro Quinellato et al.. A VIDA SÓ É DURA PARA QUEM DÁ MOLE: ADAPTAÇÕES ANATÔMICAS À VIDA SOBRE AS ROCHAS EM QUATRO MONOCOTILEDÔNEAS DA SERRA DO CIPÓ.. In: Anais do CAEB - Congresso Aberto aos Estudantes de Biologia. Anais...Campinas(SP) Ciclo Básico I, 2023. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/XVICAEB/652358-A-VIDA-SO-E-DURA-PARA-QUEM-DA-MOLE--ADAPTACOES-ANATOMICAS-A-VIDA-SOBRE-AS-ROCHAS-EM-QUATRO-MONOCOTILEDONEAS-DA-SE. Acesso em: 03/06/2025