A CONTRAVISUALIDADE DE GÊ VIANA E SEU USO COMO RECURSO PEDAGÓGICO ANTICOLONIAL

Publicado em 03/01/2025 - ISBN: 978-65-272-0950-8

Título do Trabalho
A CONTRAVISUALIDADE DE GÊ VIANA E SEU USO COMO RECURSO PEDAGÓGICO ANTICOLONIAL
Autores
  • Jonathan Machado da Fonseca
Modalidade
Resumo
Área temática
COMUNICAÇÕES E RELATOS DE EXPERIÊNCIAS
Data de Publicação
03/01/2025
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/7sae/958357-a-contravisualidade-de-ge-viana-e-seu-uso-como-recurso-pedagogico-anticolonial
ISBN
978-65-272-0950-8
Palavras-Chave
Representação, Contravisualidade, Historiografia, Arquivo
Resumo
As imagens exercem um grande poder na absorção e compreensão de fatos históricos. O detalhamento impresso nas imagens, sejam elas fotografias ou pinturas, em si, celebram uma visão particularista sobre determinados grupos sociais e eventos históricos, onde a narrativa posta em evidência, pactua com uma perspectiva do olhar de quem possui o direito a representar e paralelamente, como representar. Essa calibração do que e como representar significa criar maneiras de visibilizar ou invisibilizar narrativas e pessoas conforme a direção do olhar opera nessa distinção e o valor atribuído a esse mecanismo visual de privilégio e desprivilégio. Com isso, podemos atestar em como as imagens atribuem escala de significância a determinadas narrativas e pessoas ao mesmo tempo em que abafa a presença e importância de narrativas e pessoas fora do espectro dominante justamente como meio de legitimação visual e histórica daqueles e daquelas que tem o direito a representar. Mesmo que a autora tenha tomado como referência a fotografia, podemos estender essa ponderação a outras visualidades que comungam dessa maneira de representar. Essa consideração acerca das prerrogativas da constituição imagética e a maneira como elas impactam, faz todo o sentido quando vamos olhar para o regime de representação(Hall, 2016) e constatar a maneira como são dispostas pessoas negras e mulheres dentro do jogo representacional. Se as imagens são formas de evidências históricas, que narrativas nos são contadas a partir da imagens no que tange a presenças dessas pessoas e como a partir da alteração dessa perspectiva podemos democratizar as narrativas históricas de forma a tencionar o status quo da história oficial, que privilegia vozes de homens branco, ocidentais e cisheteropatriarcaus? Ao localizar esse incômodo, questiono a “autoridade do visualizador"( Mirzoeff, 2016, p. 747) que historicamente sempre dirigiu suas lentes de modo a supervalorizar seu ponto de vista da história. O que ocorre quando vozes e imagens “reivindicam o direito a olhar”(Mirzoeff) e a contestar o “regime estético”( Bradley, p.01) em que pessoas negras e mulheres são enredadas de modo a interrogar a “violência visual”(Sharpe, 2019, p.163) que constitui os arquivos históricos que, prioritariamente, resguardam uma visão parcial dos eventos históricos? Objetivos Dado essa perspectiva sobre o uso e potência das imagens, a pesquisa debruça-se sobre as colagens digitais da artista maranhense Gê Viana, a fim de compreender as provocações estéticas da artista frente às imagens oficiais que “narram” a história do Brasil a partir de uma captura colonial(Bona, 2020, p.43) e como suas intervenções em imagem oficial interrogam a autoridade visual alterando-as de forma a quebrar com o pacto colonial visual da historiografia oficial, e reposicionando pessoas e elementos para assim construir novas narrativas históricas. Além de considerar suas proposições como ferramenta pedagógicas anticoloniais para a educação básica e assim expandir o debate histórico Pressuposto Teóricos Para a construção da pesquisa, ancoro-me nos estudos semióticos de Lucia Santaella (2002) que determinam o poder e as referências dos signos culturais presentes nas imagens como fontes importantes de investigação. Além da análise semiótica ser a principal composição metodológica deste trabalho, convido um arcabouço teórico composto por Stuart Hall (2016); Cristina Sharpe (2023); e Nicholas Mirzoeff (2016) com seus estudos sobre imagem, racialidade e estética. Análise Preliminar A partir da análise semiótica da pesquisa em construção, percebe-se a agência estética e contravisual da artista bem como a fertilização de discussões anticoloniais acerca dos fatos históricos. Com as colagens digitais de Gê Viana, podemos considerar que suas proposições são uma plataforma de debates importantes acerca da presença negra, e feminina na historiografia. Conclusões Com essa pesquisa visual, percebe-se a importância da interrogação da artista frente a autoridade visual historiográfica bem como suas novas proposições provoca mudanças estéticas e históricas na forma como concebemos fatos oficiais que constituem a nossa história. Referências Bibliográficas BONA,Dénètem Touam.Cosmopoéticas do Refúgio.Florianópolis:Cultura e Barbárie,2020. BRADLEY,Rizvana.Anaesthetics:Black aesthesis and the critique of form.California: Stanford University Press,2023. HALL, Stuart. Cultura e Representação. Rio de Janeiro:Editora Apicuri, 2016. MIRZOEFF, Nicholas. O direito a olhar. ETD-Educação Temática Digital, Campinas, SP, v. 18, n. 4, p. 745-768, nov. 2016. ISSN 1676-2592. Disponível em:<http://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/etd/article/view/8646472> . Acesso em: 12 set. 2024. SANTAELLA, Lucia. Semiótica Aplicada. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. SHARPE, Christina. No Vestígio: Negridade e Existência. São Paulo: Ubu Editora, 2023.
Título do Evento
7º Seminário Arte e Educação - Caminhos para o Norte: pesquisas artísticas e pedagógicas
Título dos Anais do Evento
Anais do Seminário Arte e Educação - Caminhos para o Norte: pesquisas artísticas e pedagógicas
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

FONSECA, Jonathan Machado da. A CONTRAVISUALIDADE DE GÊ VIANA E SEU USO COMO RECURSO PEDAGÓGICO ANTICOLONIAL.. In: Anais do Seminário Arte e Educação - Caminhos para o Norte: pesquisas artísticas e pedagógicas. Anais...Rio Branco(AC) UFAC, 2024. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/7sae/958357-A-CONTRAVISUALIDADE-DE-GE-VIANA-E-SEU-USO-COMO-RECURSO-PEDAGOGICO-ANTICOLONIAL. Acesso em: 08/06/2025

Trabalho

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