VII JORNADA DO SELEPROT - MULTIMODALIDADES: PRÁTICAS DIDÁTICAS

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Sobre o evento

Nos textos, ocorre uma reciprocidade de diferentes formas de construção de significados, em que a materialidade verbal se correlaciona com a visual, a sonora, dentre outras. A multimodalidade é constituída das múltiplas linguagens utilizadas em práticas sociais interativas. Ela não é apenas a soma de linguagens, mas a interação entre linguagens diferentes em um mesmo texto. Nesse sentido, o processo de significação se dá de forma multimodal. Assim, a multimodalidade vem contemplar as múltiplas possibilidades do ato de ler e escrever. Os textos híbridos, que circulam em diversos ambientes midiáticos, exploram a linguagem verbal e a não verbal e nos desafiam a interpretá-los. Nesse ambiente multimodal, o SELEPROT traz para a 7ª jornada o tema: Multimodalidade: Práticas Didáticas, com a finalidade de contribuir com o desenvolvimento da competência semiótica para a leitura dos inúmeros signos que nos cercam.

Evento on-line e gratuito.

Presenças confirmadas

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Inscrições

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Organização

O evento é organizado pelo SELEPROT.

O SELEPROT (Semiótica, Leitura e Produção de Texto) é um Grupo de Pesquisa criado em 2002, no Diretório Nacional de Grupos (CNPq), pela Profa. Dra. Darcilia Simões, com a finalidade de congregar estudiosos sobre a contribuição semiótica para a proficiência em leitura e produção de textos. Com a expansão do grupo, hoje seus estudos e pesquisas se abrem para a multidisciplinaridade. Já temos representação nas seguintes unidades federadas: RJ, SP, SE, GO, AM, MT, MS, CE, ES, PE e PA. Pretendemos reunir interessados de todos os Estados brasileiros. No nível internacional, integram o SELEPROT representantes dos EUA, Itália (Turim).

Programação


HorárioAtividadeCoordenação
14 horas
Palestra de Abertura

"Tudo junto e misturado: as linguagens das histórias em quadrinhos como ecossistemas multimodais", com Nataniel dos Santos Gomes
Claudia Moura da Rocha
 15 horas
Mesa-redonda 1: Imagem e humor no ensino

"Humor e multimodalidade nas aulas de Língua Portuguesa", com Claudia Moura da Rocha

 

"Humor e ensino de língua", com Claudio Artur de Oliveira Rei

Maria Aparecida Cardoso Santos

16 horas
Mesa-redonda 2: Imagem e ensino de línguas estrangeiras

"A Inteligência Artificial como recurso para o ensino de língua estrangeira: o caso do Chat GPT", com Maria Aparecida Cardoso Santos

 

"Linguística de Corpus, tradução e inteligência artificial", com Simone Resende

Claudio Correia
17 horasIntervalo
18 horas
Mesa-redonda 3: Artes e multimodalidades

"Signos da regionalidade: significações e referências nas capas de Literatura de Cordel", com Claudio Correia


"A orquestração de semióticas dos almanaques", por Rosane Reis

Elmar de Aquino
19 horas
Mesa-redonda 4: Multimodalidade nos textos híbridos

"Multimodalidade, cinema e discurso", com Afranio da Silva Garcia

 

"A Multimodalidade no texto híbrido", com Darcilia Simões

Marcia da Gama Felipe
20 horas
Palestra de encerramento

"O que significa exatamente dizer que histórias em quadrinhos são multimodais? E como isso impacta no ensino?", com Paulo Ramos
Darcilia Simões


Resumos

PALESTRA DE ABERTURA

Nataniel dos Santos Gomes - Tudo junto e misturado: as linguagens das histórias em quadrinhos como ecossistemas multimodais

Resumo: Para Kress & Van Leeuwen (2001), nos textos ocorre uma reciprocidade de diferentes formas de construção de significados, em que a materialidade verbal se correlaciona com a visual, a sonora, dentre outras. Nesse sentido, o processo de significação se dá de forma multimodal. A multimodalidade é constituída das múltiplas linguagens utilizadas em práticas sociais interativas. Como afirma Rojo (2009), a multimodalidade não é apenas a soma de linguagens, mas a interação entre linguagens diferentes em um mesmo texto. Assim, as histórias em quadrinhos representam um texto multimodal, já que para Barbieri (1998), elas podem ser pensadas como linguagens-ambiente como se fosse um ecossistema, em que cada regra e características são específicas, embora algumas sejam comuns a muitos ambientes, outras a todos, outra ficam na fronteira ou até em ecossistemas diferentes.

 

MESA-REDONDA 1 - IMAGEM E HUMOR NO ENSINO

Claudia Moura da Rocha - Humor e multimodalidade nas aulas de Língua Portuguesa

Resumo: A apresentação tratará da abordagem didática da multimodalidade presente nos textos, especificamente os de humor, relacionando os aspectos semióticos, semânticos e pragmáticos, que contribuem para a construção de seu(s) sentido(s).

 

Claudio Artur de Oliveira Rei - Humor e ensino de língua

Resumo: O humor vem-se estabelecendo, nas aulas de Língua Portuguesa, bem amiúde, nas últimas duas décadas, e vários estudos vêm comprovando os benefícios da exposição do humor aos alunos, por meio de uma diversidade de textos, que possibilitam ao professor o trabalho com a multimodalidade, uma vez que os alunos têm a oportunidade de entrarem em contato com diferentes registros da língua e suas variedades linguísticas, demonstrando-se, assim, que o humor “é um importante recurso facilitador da aprendizagem” (PINA, 2014, p. 214).  Nesse sentido, fica-nos a impressão de que o trabalho com gêneros humorísticos no ensino torna-se bastante relevante, visto que as escolhas dos textos podem estar presentes no cotidiano dos alunos, levando-os à formação de possíveis reflexões críticas. Esperamos, com este artigo, trazer uma contribuição para a relevante importância da utilização dos textos humorísticos, em sala de aula, para um maior desenvolvimento das competências linguísticas e leitoras dos alunos.


MESA-REDONDA 2 - IMAGEM E ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS

Maria Aparecida Cardoso Santos - A Inteligência Artificial como recurso para o ensino de língua estrangeira: o caso do Chat GPT

Resumo: O advento da Inteligência Artificial, tendo como um dos grandes focos da atualidade o Chat GPT, apresenta uma questão importante para o ensino em geral e para o ensino de língua estrangeira em particular, a saber, é possível usá-lo como recurso para o desenvolvimento e o aprofundamento do ensino e do aprendizado de língua estrangeira sem infringir os limites da ética? Em caso afirmativo, quais seriam as vantagens do seu uso em um contexto de sala de aula?


Simone Resende – Linguística de Corpus, tradução e inteligência artificial 

Resumo: A atualidade é caracterizada pela rápida e contínua expansão das formas de comunicação e pelo crescente acesso a tecnologias. A convergência da Inteligência Artificial (IA), Tradução e Linguística de Corpus tem o poder de revolucionar o cenário dos estudos linguísticos e das aplicações relacionadas à linguagem. As tecnologias de Inteligência Artificial (IA) têm avançado significativamente, impulsionando desenvolvimentos transformadores no campo da tradução. A Linguística de Corpus é uma ferramenta indispensável para a análise de padrões linguísticos e a exploração da variação linguística, impactando de forma significativa a pesquisa e a prática da tradução. Esta pesquisa explora a relação simbiótica entre a Inteligência Artificial (IA), a Tradução e a Linguística de Corpus, mostrando o seu potencial colaborativo no avanço dos estudos linguísticos e no ensino de tradução.

  

MESA-REDONDA 3 - ARTES E MULTIMODALIDADES

Claudio Correia – Signos da regionalidade: significações e referências nas capas de Literatura de Cordel

Resumo: Iremos, nesta comunicação, apresentar o resultado de uma pesquisa desenvolvida a partir da análise semiótica das capas dos folhetos de literatura de cordel, especificamente de autores nordestinos, a partir de suas dimensões e materialidade física, materialidade que caracteriza e singulariza os livros de cordel. Para as investigações desenvolvidas, quatro categorias específicas da literatura de cordel foram selecionadas: Biográfica, Peleja e Desafio, Histórias Comuns ou Fantásticas e Cangaço, com o total de cinco livros para cada categoria. As capas dos livros de cordel são constituídas por linguagens visuais e verbais que buscam representar as histórias narradas nos folhetos. Como signos, as capas representam visualmente fragmentos das narrativas dos livros de cordel, apresentando potenciais diferenciados de geração de interpretações, predominantemente sugestivos e representativos.



Rosane Reis – A orquestração de semióticas dos almanaques

Resumo: Nesta comunicação, abordar-se-á a multiplicidade de linguagem, de modos ou semioses nos almanaques impressos. Trataremos da organização estética dos almanaques, seu sistema, sua organização e a multiplicidade de suas linguagens, considerando os diversos modos semióticos, com o objetivo de propor uma breve discussão em torno da articulação da multimodalidade na construção de significados dentro dos textos desse gênero tão pouco explorado nas escolas. Este trabalho se ancora nos pressupostos teórico-metodológicos da Semiótica e da Multimodalidade preconizados por Peirce, Van Leeuwen e Kress. Para consubstanciar essa discussão, realizamos uma análise da orquestração das semióticas nos almanaques a partir das categorias analíticas da Gramática Sistêmico-Funcional e da Gramática do Design Visual. Na análise, buscamos também a intersemiose dos modos semióticos verbais e visuais na construção de significados que tecem o texto dos almanaques.


MESA-REDONDA 4 - MULTIMODALIDADE NOS TEXTOS HÍBRIDOS

Afranio Garcia  - Multimodalidade, cinema e discurso

Resumo: Muito embora o filme O Clube da Luta seja, aparentemente, um filme simplista, que mistura ingredientes de forte apelo popular, aventura e violência, sua mensagem, vista sob uma perspectiva de investigação semiológica ou discursiva, ou seja, de tentar-se descobrir o que seu “texto” oculta, ou que significados se ocultam na relação do seu “texto” com a tessitura da realidade e da sociedade, é extremamente rica. Embora este seja um estudo semiológico, partimos, em nossa análise, da perspectiva de representação onírica freudiana, vista sob três pontos de vista:  a) que toda simbologia de um sonho, e, por extensão, de uma obra de arte, é expressa por camadas de significação, em que a retirada de uma camada revela uma outra camada, e mais outra, e outra ainda; b) que, partindo-se do pressuposto de que todos os seres humanos têm um caráter dicotômico, qualquer análise que só tomar os personagens de um determinado sonho ou de uma determinada obra de arte como agentes ou como pacientes, sem inverter os papéis, estará fadada a apreender apenas parte do significado desse sonho ou dessa obra de arte; c) que, numa representação onírica ou artística, conteúdos eminentemente textuais, como oposição ou escolha, são representados em ambas as suas facetas, ou seja, um elemento adversativo ou opcional é representado junto ao  elemento contrário ou à outra opção. Assim sendo, ao analisarmos os eventos e situações presentes em O Clube da Luta, procuramos sempre ver todas as camadas que os compunham, invertê-los tanto em termos de transitividade quanto de significação e, por outro lado, separá-los em suas várias facetas.


Darcilia Simões –  A Multimodalidade e textos híbridos

Resumo: Pretendemos abordar a questão da multimodalidade como uma característica dos textos contemporâneos, especialmente em virtude da popularização da Internet. Embora os textos verbais sempre tenham apresentado características multimodais — na escrita, por exemplo (diagramação, diacríticos, caixas alta e baixa etc.); — na oralidade (prosódia, cadência, timbre da voz, entonação etc.), foi a partir dos textos híbridos (produzidos com mais de um código), viabilizados pelos meios digitais, que a multimodalidade conquistou o interesse dos pesquisadores e dos docentes. Portanto, como nosso alvo sempre foi a melhoria da qualidade do ensino, aproveitamos este momento para destacar algumas características dos textos multimodais que precisam ser observadas quando do ensino da leitura, em especial. Semioticamente falando, formas, cores, posições, dimensões, presença ou não de balões de fala, combinação de códigos (verbal, sonoro, imagem fixa e em movimento etc.), cuja articulação constrói os significados potenciais dos textos, e os leitores precisam aprender a decifrá-los. Nossa abordagem multimodal estará em diálogo com Charles S. Peirce, Lucia Santaella, Gunther Kress, Teun Van Leeuwen. Sobre iconicidade, Sebeok e Simões estarão presentes na sessão. Traremos ainda para a conversa Howard Gardner e sua teoria das inteligências múltiplas, o que é muito relevante na abordagem dos múltiplos códigos.

 

PALESTRA DE ENCERRAMENTO

Paulo Ramos – O que significa exatamente dizer que histórias em quadrinhos são multimodais? E como isso impacta no ensino?

Resumo: Com o surgimento e a rápida difusão do conceito de multimodalidade por diferentes áreas do conhecimento linguístico, tornou-se praxe dizer que os textos são multimodais. Isso vale também para a área de ensino, conforme atestam os documentos oficiais relacionados à educação básica. Mas qual o impacto disso na prática? Pretende-se observar a questão pelo olhar das histórias em quadrinhos. A proposta é responder às duas perguntas que dão título a esta exposição. O que implica dizer que os quadrinhos sejam multimodais? E no que isso reflete na prática educacional? As respostas passam muito pelo modo como essas produções passam a ser lidas e trabalhadas, tanto por docentes quanto por alunos.




Realização e apoio


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