Universidade Federal do ABC, Campus São Bernardo do Campo - São Bernardo do Campo - São Paulo - Brasil
01 a 05 de julho de 2019 | Universidade Federal do ABC, Campus São Bernardo do Campo (SP)
Plano pode ser um adjetivo para aquilo que é raso, liso, sem diferenças de níveis. No sentido figurado, representa algo claro, acessível, fácil. Um plano é também o traçado que representa, da perspectiva de cima, diferentes partes de uma cidade ou de uma casa. Pode ser uma planta, um mapa, um projeto, um conjunto de etapas e providências a serem tomadas.
O plano, por vezes não conhecido, é a linha de ação geral tomada pelas pessoas, grupos e instituições rumo a um objetivo, que nem sempre é pactuado entre todos. A atuação do planejamento territorial requer que se façam escolhas, do caminho a ser trilhado, de quem será convidado ou não a trilhar esse caminho, de quem é obstáculo para esse caminho.
Bem ou mal, a realidade sempre se impõe, e o plano nem sempre sai como pensado de início, há sempre algum grau de desvio do caminho previsto. A realidade é dinâmica, costurada por dissensos e atritos diversos que não cabem numa superfície rasa, lisa.
No atual cenário mundial, onde as condições que se colocam à nossa frente se mostram cada vez mais limitadoras, pensar além do plano é a palavra de ordem - um convite que parte da necessidade de vislumbrar e lidar com a diversidade e complexidade de relevo do terreno em que pisamos; de pensar que existem pessoas e perspectivas que foram historicamente excluídas da construção dos projetos que nos orientam; mas é também pensar que existem possibilidades fora da mesa e que o futuro está aberto.
Num contexto nacional em que, via de regra, o desmonte massivo é tomado como o “Grande Plano”, é imperativo refletir sobre as perspectivas enquanto planejadores e procurar alternativas de atuação. Isso requer uma abertura de horizontes para captar temáticas, conflitos, redes, subjetividades, resistências, vivências externas à universidade, outros modos de planejar e lidar com o território, nem sempre captados pelo planejamento formal-institucional. E é tentando pensar coletivamente essas possibilidades fora do plano que apresentamos a IV Semana do Planejamento Territorial.
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