Descrição dos Simpósios Temáticos
Áreas temáticas
ST 01 - A interseção da Literatura com outras Artes
Coordenadoras: Profa. Dra. Cristiane Côrtes - CEFET-MG Nepomuceno e Profa. Dra.. Keilla Petrin - CEFET-MG Varginha e Profa. Dra. Edilaine Toledo
Neste Grupo de Trabalho, propomos reunir pesquisas que discutam sobre o encontro da Literatura com outras Artes. Seguir o percurso da relação dialógica entre artes e outras manifestações e materialidades discursivas (BAKHTIN, 2003; 2009) considerando desde a clássica expressão Ut pictura poesis, usada por Horácio (8 a.C.) na sua Arte Poética que, por sua vez, remonta ao aforismo de Simônides de Ceos (468 a.C.), “a pintura é poesia muda, e a poesia, pintura que fala”, às interseções artísticas mais recentes como quadrinhos, graphic novels, jogos computacionais, é entender um processo contínuo que perpassa a própria história da arte e, por que não dizer, intrínseco ao próprio fazer artístico. Nesse sentido, seria possível refletir sobre as produções literárias e sua variedade em que identidade e cultura se enredam em diálogo com outras artes, focalizando as transformações pelas quais uma obra possa ser transposta para um novo meio, seja analisando a interpenetração entre as linguagens artísticas ou, ainda, as apropriações de várias ordens – paródia, pastiche, bricolagem, etc. Este GT se destina a estudiosos e pesquisadores das Ciências Humanas, estudantes de pós-graduação da área de Letras, Linguística, Artes e áreas afins, bem como a qualquer leitor que se interesse pelos temas nele propostos. Nossa proposta não se limita a considerar apenas manifestações artísticas canonizadas, mas, a partir da assertiva barthesiana de que “a literatura faz girar os saberes”, abarcar produções que, partindo do discurso literário (MAINGUENEAU, 2006) ou a ele se voltando, reflitam sobre esse diálogo permanente e sempre renovado que a literatura possibilita, e como essas produções lançam novas perspectivas seja no horizonte estético, seja nas reflexões teóricas que engendram.
Palavras-chave: Literatura. Artes. Diálogo interartes.
ST - 02 - Aplicações da Gramática do Design Visual na sala de aula
Coordenadora: Profa. Dra. Flaviane Faria Carvalho (UNIFAL-MG)
No Grupo de Trabalho “Aplicações da Gramática do Design Visual na sala de aula”, pretende-se discutir como atividades e materiais didáticos podem contribuir para a análise e a interpretação de textos não-verbais no contexto escolar. Apesar da excessiva exposição cotidiana dos alunos às tecnologias multimídia e aos textos não verbais, as salas de aula, ainda hoje, parecem atribuir pouca relevância ao estudo sistemático e efetivo do layout das páginas, fontes tipográficas, cores, gestos, olhares, imagens, dentre outros modos semióticos fundamentais para a produção e compreensão de sentidos – estimulando, assim o desenvolvimento do letramento multimodal. Tomando como ponto de partida os pressupostos teóricos da Semiótica Social Multimodal(KRESS; VAN LEEUWEN, 2006 [1996]; KRESS, 2003; 2010) e seus seguidores no Brasil, como Carvalho (2012; 2020), Gualberto e Santos (2019), Monte Mor (2021), Rojo (2012), dentre outras autoras, este GT abarcará trabalhos que demonstrem como a aplicação da gramática do design visual em sala de aula pode instigar os discentes a questionarem acerca de representações sociais de indivíduos e/ou da própria realidade, de relações assimétricas de
poder, e de como informações e elementos são combinados na composição visual de diferentes conteúdos educacionais. Trata-se, portanto, de conferir visibilidade a propostas alternativas de leitura do mundo que, de fato, vemos e produzimos na atualidade.
Palavras-chave: Letramento Multimodal. Gramática do Design Visual. Ensino
ST 03 - Caminhos para o ensino e aprendizagem: evidenciando as potências das linguagens artísticas não instrumentalizadas
Coordenador: Prof. Ms. Heverton Ferreira
Este simpósio tem por objetivo compartilhar experiências adquiridas com processos de ensino e aprendizagem por meio das linguagens da arte em sala de aula e, nessa perspectiva, buscar o lugar da arte nos ambientes educacionais através da experiência docente, considerando, com Larrosa que “pensar não é somente ‘raciocinar’ ou ‘calcular’ ou ‘argumentar’, como nos tem ensinado algumas vezes, mas é sobretudo dar sentido ao que somos e ao que nos acontece.” (LARROSA, 2014). O nosso olhar enquanto educadores, em grande parte, está mais preocupado com a formação focada nos conteúdos da educação básica do que na experiência e na vivência que o estudante pode absorver para suas trajetórias, é nesse sentido que revelamos nossas preocupações, expectativas e frustações. Mas além disso, a nossa investigação também quer entender o lugar da arte nas universidades, nas escolas técnicas, nas pesquisas acadêmicas, nos discursos políticos, nas práticas sociais - qual o lugar de fala que a arte tem dentro desses espaços? Por esse motivo, é necessário ressaltar a importância da arte não de maneira instrumentalizada, mas fundamental para a construção de uma forma mais humanizada de se relacionar com situações do cotidiano. A arte, enquanto área de conhecimento, vem construindo pontes importantes para se pensar maneiras de ajudar a educação a alcançar ideais significativos para a relação social, política, afetiva e precisa ser reconhecida como tal em nossas escolas, como aponta Magela “As artes abrem portas para outros campos de conhecimento” (MAGELA, 2020). Assim, acolhemos trabalhos que, na pesquisa, no ensino ou na extensão, se conectam a perspectivas em que a arte esteja em função do ensino e aprendizagem junto da sala de aula como aliados na formação do sujeito de uma maneira em que possamos refletir a BNCC como uma colcha de retalhos com seu potencial formativo, processual, norteador e reflexivo de maneira transdisciplinar. O simpósio acolhe trabalhos desenvolvidos em todos os níveis de ensino.
Palavras-chave: Arte. Linguagens. Ensino e Aprendizagem.
ST - 04 - Da literatura ao acorde: a escrita e música em um só espaço
Coordenadora: Profa. Ma. Ana Cristina Domingues Botelho (E.E. Maria Rita Lisboa Pereira Santoro - Lambari/MG)
Teorias críticas e estudos comparatistas dos últimos anos contribuem para o gradativo aumento do interesse pelas pesquisas sobre literatura e música. A música ocupa um lugar de destaque na história sociocultural, formando um mosaico através do encontro de classes, religiões, etnias e que se traduz em inúmeras composições. Além disso, ela tem sido a intérprete de dilemas nacionais e veículo de utopias sociais surgidas ao longo do século XX. Paralelamente, é significativo o crescente interesse por compositores nas universidades, pela utilização de suas referências e contribuições em trabalhos e pesquisas, evidenciando o que há algum tempo pode ser visto com uma tendência em monografias, teses e textos acadêmicos abordando uma produção cultural de cunho relativamente popular. Uma suposta mudança de um objeto literário para um objeto musical está justamente no surgimento de uma qualidade poética superior dos letristas a partir da década de 1960, porquanto os escritores consagrados do meio universitário, como Guimarães Rosa, Clarice Lispector, Drummond, entre outros, consistiam na fonte inspiradora para os artistas da época. Com essa influência literária constante na MPB, surge o que pode ser chamado de hibridismo cultural, o “inter” da diversidade cultural. Diante de inúmeras possibilidades, as recentes pesquisas apontam para a musicalização de poemas, para a presença de elementos da linguagem musical em diversos tipos textuais, bem como as novas investigações sobre a relação intertextual entre produções literárias, letras de canções e composições musicais. Um esboço de biografia intelectual emana desses papéis. Os bastidores da criação, as experiências vividas pelos autores ligadas à produção literária e existencial, constituem lugares ainda desconhecidos pela crítica, e que devem ser levados ao conhecimento. A música rompe com os critérios rígidos da ciência e transforma a crítica, a literatura e a própria língua em laboratórios experimentais do saber.
Palavras-chave: Literatura. Música. Teoria Crítica da Cultura.
ST 05 - Ensino de língua e tecnologia
Coordenadora: Profa. Dra. Helen de Oliveira Faria – UNIFAL – Campus Alfenas
O uso de tecnologias digitais na sala de aula de língua materna e estrangeira: práticas contemporâneas. O processo de ensino-aprendizagem de línguas tem sido consideravelmente impactado pelo uso das tecnologias digitais da informação e comunicação (TDICs) nas últimas décadas, promovendo uma maior interação dos estudantes em espaços on-line e consequentemente tornando-os mais autônomos e motivados. Mais recentemente, devido ao contexto pandêmico e da necessidade do ensino remoto emergencial, pudemos constatar a grande relevância das TDICs na educação, capazes de conectar estudantes e professores por meio de plataformas e ferramentas online que deram continuidade ao trabalho desenvolvido nas aulas presenciais. Diante desse quadro, este grupo de trabalho tem como objetivo reunir trabalhos que envolvam o uso de tecnologias digitais na sala de aula de língua materna e estrangeira, como o trabalho desenvolvido em espaços que englobam as potencialidades de redes sociais, blogs, plataformas de vídeo, de podcasts, a construção de comunidades virtuais pelos alunos, entre outros, sobretudo fundamentados na Pedagogia dos Multiletramentos (NEW LONDON GROUP, 1996; KALANTZIS, COPE, 2006), compreendendo práticas multissemióticas que enxergam os estudantes como protagonistas de sua aprendizagem, e nas Metodologias Ativas (BONWELL, EISON, 1991; BERBEL, 2011; BACICH, MORAN, 2018), como a aprendizagem baseada em problemas, a sala de aula invertida, a aprendizagem baseada em projetos e a gamificação da aprendizagem. Por fim, pretendemos discutir os novos rumos do ensino de línguas no Brasil com o auxílio de tecnologias digitais disponíveis na atualidade.
Palavras-chave: Tecnologias Digitais e Ensino de Línguas. Multiletramentos. Metodologias Ativas.
ST 06 - Leitura, escrita e ensino
Coordenadoras: Profa. Dra. Ana Paula Martins Corrêa Bovo (UEMG) e Profa. Dra. Viviane Raposo Pimenta (UFOP)
Este simpósio, em sua segunda edição, tem por objetivo compartilhar experiências significativas no desenvolvimento de processos de ensino-aprendizagem da leitura ou da escrita na sala de aula, nos espaços escolares e em outros espaços de letramento(s). Experiências que "fazem girar os saberes". Por experiências significativas, compreendemos todas aquelas que, de alguma forma, propõem a ideia de linguagem como ação interindividual orientada que se dá sempre nas práticas sociais (Bakhtin) e contemplam metodologias que deslocam as lógicas meramente transmissivas no trabalho com leitura e com escrita. Assim, acolhemos submissões que, na pesquisa, no ensino ou na extensão, se conectam a perspectivas que problematizam certas concepções e modos de fazer ligados a um paradigma do ensino “tradicional”, entendido como aquele que se pauta pela valorização do padrão (em detrimento do singular, do contextual), por certa tecnicização do trabalho (em detrimento da criatividade) e/ou pelo descolamento dos processos dos sujeitos que vivenciam os processos, sejam eles professores ou alunos. Os trabalhos devem, portanto, de alguma forma, ao problematizarem aspectos desse paradigma, trazerem propostas ou ações de ressignificação do ensino de leitura e de escrita. O simpósio acolhe trabalhos desenvolvidos com todos os níveis de ensino, mas somente aqueles que já apresentem resultados.
Palavras-chave: Leitura. Escrita. Ressignificação de práticas pedagógicas.
ST 07 - Literatura e Diversidade no contexto da Educação Infantil
Coordenadoras: Profa. Dra. Letícia Silva Ferreira (UFLA) e Profa. Dra. Adriana Pryscilla Duarte de Melo
No Grupo de Trabalho “Literatura e diversidade no contexto da Educação Infantil”, pretende-se discutir como a literatura infantil pode contribuir para o trabalho com a diversidade no contexto da educação infantil. Sabemos que, desde bem cedo, a criança interage com diversos materiais de leitura que estão ao seu redor e estabelece com eles variadas relações baseadas no seu mundo exterior e interior, como ressalta Paulo Freire (2001) quando diz que a leitura do mundo, das coisas que nos cercam, antecede a leitura das palavras. Na educação infantil é imprescindível a mediação da criança no processo de construção da escrita e de formação do leitor, por meio do contato com a cultura letrada, com as histórias infantis, antes mesmo de ler e dominar convencionalmente o código. A importância das vivências literárias nessa fase não é só parte curricular integrante da Educação Infantil, mas também um direito da criança e uma incrível forma de garantir experiências que contribuem para a sua formação integral. Utilizando como aporte teórico as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (2009) e autores como ABRAMOVICH (1999), apostamos na importância do trabalho com a literatura como ponte para a construção da valorização da diversidade em todos os sentidos da palavra. Dessa forma, nesse GT serão aceitos trabalhos que tenham como aporte teórico a Literatura Infantil, a Diversidade, o Letramento Literário.
Palavras-chave: Literatura, Infância e Diversidade
ST 08 - O letramento como prática social e suas múltiplas interfaces
Coordenadoras: Prof.ª Dra. Eliane Maria Diniz Campos e Prof.ª Dra. Magna Leite Carvalho Lima
No Grupo de Trabalho “O letramento como prática social e suas múltiplas interfaces”, pretende-se discutir o letramento como uma prática social que se utiliza da relação entre leitura, escrita e literatura dentro e fora do contexto escolar, de modo a cumprir as necessidades da sociedade. Embora essa abordagem nos remeta a arcabouços teóricos de viés discursivo, tais como a Análise de Discurso Francesa, buscamos ampliar a discussão a partir de estudos, pesquisas e experiências educativas que consolidam e ampliam o conceito de leitura como instrumento que contribui para a construção do conhecimento e o exercício da cidadania plena. Dessa forma, serão aceitos trabalhos os quais podem ter como aporte teórico também Análise Crítica do Discurso, Análise Dialógica do Discurso, Letramento na Educação Básica, Letramento Literário, Multiletramento entre outros.Palavras-chave: Letramento. Discurso. Educação Básica.
ST 09 - Representações de minorias sociais e dos Direitos Humanos nas artes
Coordenadora: Profa. Dra. Cilene M Pereira - ICSA/UNIFAL-MG
A reflexão acerca dos Direitos Humanos e do reconhecimento de que todos, independente de traços identitários particulares, são sujeitos de direitos leva à identificação de situações de exclusão social de determinados grupos e indivíduos, visto que nem todos têm seus direitos básicos e fundamentais efetivados. Alguns porque são vistos pelo Estado (e por si mesmos) como cidadãos de segunda classe, desprovidos de voz política e social; outros porque não conhecem os fundamentos legais que os protegem. Nessa direção, educar para os Direitos Humanos aponta para a necessidade de se pensar na inclusão social de indivíduos e grupos marginalizados, as chamadas minorias sociais (Cf. SODRÉ, 2005), dando a estes visibilidade e representatividade em espaços sociais diversos, dentre eles o campo cultural. Considerando este contexto, o GT aqui proposto acolhe trabalhos que pensem a relação entre Direitos Humanos e grupos sociais excluídos e/ou em situação de vulnerabilidade e sua representação na materialidade de objetos culturais específicos, canção popular, audiovisual e literatura produzidos no Brasil a partir da década de 1990, período de redemocratização do país e da emergência e consolidação de diversos movimentos da sociedade civil organizada (Cf. SILVA; TAVARES, 2012).
Palavras-chave: Arte. Direitos Humanos. Visibilidades.