Link de acesso para Comunicações aceitas: https://drive.google.com/file/d/13Hus3pN06NFFoJqEpuS0R2OsexEAy_-V/view?usp=sharing
Nesta terceira década do milênio, diante de novos horizontes e dinâmicas locais, regionais e também globais, acirramentos de conflitos explícitos ou difusos apontam para uma multipolaridade possível e, em muitos sentidos, desejável. Se o fim da guerra fria e o colapso do bloco socialista consolidaram a liderança dos Estados Unidos como principal pólo do capitalismo global, recentes transformações de ordem geopolítica, aliadas a crises globais e locais, fazem despontar diferentes centros e dinâmicas de poder na América Latina, África e Ásia, com destaque para a ascensão chinesa. Esse processo coloca em xeque as lógicas binárias mobilizadas desde a expansão ibérica na produção de territórios coloniais, e que no século XIX haviam consolidado sua hegemonia com a ascensão dos impérios capitalistas industriais, produzindo novos colonialismos.
O espaço urbano tem sido cada vez mais um laboratório de intervenções e pressões políticas e sociais, arena de lutas por reconhecimento e reivindicação de direitos, como à moradia, ao espaço público, o de ir e vir ou, ainda, o direito básico à existência. Cidades são, a um só tempo, lugares de anseio por melhores condições de vida para populações cada vez mais numerosas e um dos principais ativos do capital rentista, tanto de elaboração de políticas públicas quanto de produção de dinâmicas sociais excludentes. A expansão do modo de vida urbano configura outro paradoxo, entre a urbanização difusa e a manutenção das cidades e das metrópoles como espaços preferenciais de disputa de poder.
Reconhecendo essas transformações em curso no mundo contemporâneo, o 4º CIHU: Territórios ibero-americanos em um mundo multipolar indaga: quais questões, tempos históricos e transformações vêm sendo objeto da história urbana ibero-americana? Quais os apagamentos mais evidentes na historiografia? Em que medida as assimetrias do poder constituíram e ainda constituem as abordagens historiográficas? Ou ainda, quais historiografias se propuseram a superá-las e quais aceitam o desafio dado pelos processos recentes? A proposta é debater e questionar os processos que constituíram e constituem os territórios ibero-americanos, e que, diante de um novo horizonte para a ordem mundial, têm a oportunidade de repensar suas histórias e seus papéis no futuro do planeta, no sentido de imaginar e construir um mundo menos hierárquico e mais igualitário.