Com o tema Azânia, Existência e (Re)Existência em Tempos de Pandemia, o Grupo de Estudo e Pesquisa Azânia, associado à UNILAB – Campus CE, organizou o II Seminário intitulado: O sagrado Afro-Brasileiro – Uma homenagem à Irmandade da Boa Morte. Cujo objetivo visa trazer reflexões teórico-filosóficas e práticas de questões que permeiam o universo das religiões de matrizes afro-indígenas, a partir das múltiplas experiências, com vistas no contexto da pandemia da COVID-19.
O evento tomará assento no período de 10 a 12 de agosto de 2021. A discussão será realizada a partir dos seguintes temas: O sagrado Afro-Brasileiro Existências e (Re)Existências em Tempos de Pandemia; Escrevivências da Irmandade da Boa Morte; Educação e o sagrado Afro-Indígena; Filosofando e educando com o sagrado Afro-brasileiro.
O seminário é uma realização do Grupo de Estudo e Pesquisa Azânia e da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira – UNILAB, Campus CE. Contando ainda, com o apoio da Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM/NELAS, Grupo de Estudos Corporeidades Negras, SAKOFA – Produção, Pesquisa e Projetos. A programação está recheada de sacralidade, se achegue e fique conosco!
Sobre a Irmandade da Boa Morte
A Irmandade da Boa Morte é formada por um grupo de mulheres que, ainda no período escravista, construiu um espaço feminino no qual podia e pode ter autonomia sobre seus atos. A Irmandade começa suas atividades em Salvador, no século XVIII, no famoso bairro da Barroquinha, com as principais sacerdotisas do Candomblé da Bahia. Supostamente, a partir de 1820, muda-se para a cidade de Cachoeira, onde vive até os dias atuais.
A irmandade em questão, transita entre o Candomblé e o Catolicismo. Cultua os orixás e tem devoção à Maria. Todo mês de agosto elas rendem homenagens às irmãs falecidas. Os principais rituais ocupam os dias 13, 14 e 15 de agosto.
No primeiro dia, ocorre a missa dedicada às irmãs falecidas, logo depois, tem o translado do corpo de Nossa Senhora da Boa Morte, saindo da capela de Nossa Senhora D’Ajuda em procissão pelas ruas da cidade. Em seguida, é servida uma ceia branca, com restrição do uso de azeite de dendê.
No segundo dia, ocorre a procissão do enterro de Nossa Senhora da Boa Morte pelas ruas da cidade, posteriormente, as integrantes permanecem em vigília à Nossa Senhora.
O último dia é o mais pomposo. Às 5:00 da manhã, Alvorada, às 10:00, Missa solene da Assunção de Nossa Senhora, na igreja matriz de Nossa Senhora do Rosário. Após a valsa das irmãs, é servido uma feijoada para todos os presentes, fechando com o samba de roda.