A ARTE DE LIDAR COM AS ADVERSIDADES
XII Seminário do Museu D. João VI - Grupo Entresséculos
VIII Colóquio Internacional Coleções de Arte em Portugal e Brasil nos Séculos XIX e XX
19 a 22 de outubro de 2021
ON-LINE
Diante das perspectivas ainda incertas para a realização de eventos presenciais em 2021 face à pandemia e à necessidade de isolamento social, a organização do XII Seminário do Museu D. João VI e do VIII Colóquio Internacional Coleções de Arte em Portugal e Brasil nos Séculos XIX e XX decidiu pela organização de mais uma edição on-line.
APRESENTAÇÃO
Adversidades, em seus múltiplos sentidos, são inerentes à humanidade, continuamente forçada a se reinventar, reformular e a reagir diante de situações imprevistas, desenvolvendo outras práticas e percepções, outros hábitos e relações. Na arte, elas também comprometeram sua produção, circulação e recepção, do mesmo modo que as coleções enfrentaram ameaças, dispersões, desaparecimentos e readaptações.
Como dito por Hélio Oiticica – Da adversidade vivemos. As crises atuaram de forma direta ou indireta nos destinos da arte, das coleções, da história e crítica da arte, tanto em perspectiva histórica quanto na reflexão de seus rumos na contemporaneidade. Partindo da ideia de manuais de autoajuda, que apresentam as dificuldades e modos de ultrapassá-las, A Arte de lidar com as Adversidades é uma provocação para pensar como as crises impactaram e modificaram a arte, as coleções e a história da arte, e suas instituições, e como refletiram esses momentos de exceção e ameaça, representaram-nos, resistiram a eles e propuseram estratégias para sua superação.
A intenção é abarcar as grandes catástrofes que sacudiram a humanidade, como desastres naturais, terremotos, endemias, epidemias e pandemias; as guerras e todo tipo de violências; a morte, o extermínio e a dor; as revoluções, sistemas autoritários e ditaduras; as crises internas da própria arte e da história da arte; a destruição e dispersão de coleções; as representações de épocas de crise ou obras inspiradas nas mesmas; e, enfim, todos aqueles períodos de significativa revisão de valores e costumes, de mudança de paradigmas, de momentos que supõem um ponto de inflexão e de grande instabilidade, mas também de criatividade e profunda renovação.
EIXOS TEMÁTICOS
1. Convulsões na historiografia e teoria da arte
Polêmicas e debates historiográficos, embates e mudanças de paradigmas teóricos sempre desafiaram os historiadores da arte em seu trabalho. A História da Arte, como todas as demais disciplinas, está imersa na vida e submetida às adversidades enfrentadas por seus agentes e objetos de estudo. Nesse eixo serão aceitas propostas que enfoquem as crises na história da arte. Como as adversidades propiciaram novos enfoques ou revisões de rumo na prática da história da arte? E como essas mudanças teóricas ou práticas se dão a ver nas coleções de arte?
2. Contratempos e crises institucionais
O mundo da arte e suas instituições – museus, escolas, fundações artísticas, universidades, coleções privadas ou públicas – atravessaram e enfrentam contratempos e crises, incidindo de forma direta nos seus rumos, nas suas organizações e estruturas. Que perdas irreversíveis se produziram em coleções ou instituições de ensino? De que modo tais episódios produziram propostas inusitadas e criativas em museus, escolas ou coleções? Que soluções foram delineadas para lidar com as adversidades?
3. Situações, produções e representações adversas
Desde sempre a arte tratou de calamidades. Dilúvios, naufrágios, incêndios, terremotos e outros desastres foram objeto de representação artística ao longo dos séculos, bem como repressões políticas encontraram eco em trabalhos artísticos e incidiram na conformidade de coleções. Impasses emocionais também encontraram vazão na arte. Nesse eixo serão aceitas propostas que enfoquem as produções de arte motivadas por situações adversas e críticas. Como tais representações se manifestam nas obras de artistas ou em coleções de arte?