A
cana-de-açúcar está presente em nosso cotidiano de diversas formas,
movimentando a economia a partir de produtos derivados como o açúcar, a
cachaça, o etanol e o biocombustível que abastece nossos veículos, entre outros
produtos.
A
versatilidade desta planta sinaliza a sua potência quando considerado o lado
da economia da cana e sua relevância na produção de riquezas para a
economia brasileira.
Para
além dessas questões, também é possível destacar o lado amargo da cana,
que reside no fato de que sua produção, do plantio, colheita e transformação do
caldo de cana em grãos de açúcar, historicamente, foi feita por mão-de-obra
escravizada, negra e indígena, além de trabalhadores livres. Mesmo na
contemporaneidade, o trabalho na cana é caracterizado por tensões provocadas
pela luta camponesa no sentido de mais dignidade no ambiente de trabalho, em
especial, o trabalho do cortador de cana-de-açúcar, como ainda pode ser observado
na Zona da Mata de Pernambuco.
Sendo
assim, a produção da cana não pode ser devidamente compreendida sem uma
abordagem interdisciplinar, inclusive um olhar da química, cujas contribuições
potencializam a indústria da cana. Há que se considerar, também, os impactos
ambientais provocados pela monocultura da cana, entre os quais se destaca o
processo de desertificação e empobrecimento do solo e aqueles causados pela
queima da palha da cana.
Alia-se
a isso, o impacto social da expansão da produção de cana-de-açúcar. A expansão
da indústria muitas vezes leva à remoção de comunidades inteiras, prejudicando
comunidades tradicionais e indígenas que dependem das terras para sobreviver.
Isso tem uma série de consequências, incluindo deslocamento forçado, perda de
culturas e práticas tradicionais e conflitos com as comunidades locais.
Todas
essas questões merecem ser discutidas e analisadas a fim de promover a melhoria
das condições de trabalho, do meio ambiente e da justiça social para as
comunidades afetadas. É importante que a sociedade como um todo compreenda o
lado amargo da produção de cana-de-açúcar e se engaje em esforços para
encontrar soluções sustentáveis e justas para a indústria e para quem vive do
trabalho da cana.
Outro
aspecto que merece destaque é o uso da cana na gastronomia. Nessa direção,
temos o caldo de cana; o mel de engenho utilizado na culinária brasileira,
especialmente na produção de doces e bolos; e a rapadura. Apesar da alta
concentração calórica, a gastronomia da cana apresenta nutrientes importantes e
permite apreciar seu doce sabor nutritivo.
É
considerando essas questões que convidamos você para dialogarmos
sobre “A Química da Cana: Um olhar interdisciplinar sobre a
cana-de-açúcar e seus produtos?”, no âmbito do 12º Workshop da Licenciatura
em Química do IFPE Campus Barreiros.
Venha
participar!